Com 16 anos de emissão, o quarto canal de televisão generalista foi fundado por entidades ligadas à Igreja Católica, incluindo a Rádio Renascença, a Universidade Católica Portuguesa e o Santuário de Fátima, sendo actualmente detida maioritariamente pelos espanhóis da Prisa, que detém com 94,4 por cento do capital da dona da TVI, a Media Capital. A história da TVI pode, no entanto, resumir-se em duas fases essenciais: antes e depois da entrada da Media Capital. O grupo Media Capital entrou no capital social da TVI em 1997, ao comprar 30 por cento da estação, tendo Miguel Paes do Amaral assumido a presidência do grupo. Nesse ano começou a reformulação da estação de televisão que até então registava um fraco desempenho em termos de audiências e de receitas publicitárias. Logo no ano seguinte, a Sonae, associada à Cisneros e à Lusomundo passa a deter a gestão da televisão depois de conseguir uma posição de relevo em várias assembleias-gerais. É em 1998, pelas mãos de Belmiro de Azevedo, que José Eduardo Moniz passa a liderar a estação de televisão como director-geral. Ainda em Outubro desse ano, a Sonae avança com um aumento de capital, altura em que a Media Capital exerce o seu direito de preferência e adquire as posições da Sonae, da Cisneros e da Lusomundo, passando a deter mais de 90 por cento do capital. A luta pelas audiências começa desde então e, em 2000, dá-se a viragem histórica da TVI com a emissão do reality show "Big Brother". Simultaneamente, a estação de televisão relançou a informação e apostou na produção de ficção nacional, que se viria a tornar uma das suas principais âncoras. Neste momento, a TVI é líder de audiências pelo quarto ano consecutivo, segundo dados da Marktest. Em 2005 é a vez da Prisa entrar na TVI ao tornar-se, em Novembro, o accionista principal do grupo Media Capital. Em Outubro de 2006, a Prisa lança uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a totalidade das acções representativas do capital social da Media Capital, passando a controlar o grupo. A TVI passa assim a pertencer ao maior grupo de comunicação espanhol, que detém o diário El País, a rádio Cadena SER e o canal de televisão Cuatro e possui ainda negócios de media em 22 países europeus e da América Latina. Os resultados da estação de televisão portuguesa tornam-na na empresa que neste momento mais contribui para as receitas da Media Capital. Em 26 de Fevereiro deste ano, dá-se uma nova viragem na história da estação de televisão com o lançamento de um canal de informação por cabo, a TVI 24. Para além da TVI e da TVI 24, o grupo Media Capital detém em Portugal várias estações de rádio, entre as quais, a Rádio Comercial e o Rádio Clube Português e o IOL, que é o segundo maior portal nacional na Internet. O administrador da Media Capital, Miguel Gil, confirmou terça-feira à Lusa estarem a decorrer negociações para venda de uma participação na Media Capital. Em comunicado enviado à CMVM, a PT confirmou também a existência de contactos com a Prisa para uma possível aquisição de uma participação no capital social da Media Capital. A Prisa admitiu em 2007 vender entre 20 a 30 por cento da Media Capital, tendo afirmado que daria preferência a investidores portugueses. O grupo espanhol atravessa actualmente dificuldades financeiras, com uma dívida que atinge os cinco mil milhões de euros.
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