domingo, 9 de agosto de 2009

Centenas de pessoas no velório de Raul Solnado

Centenas de pessoas prestam hoje, domingo, a última homenagem ao actor Raul Solnado no palácio das Galveias, onde decorre o velório desde a noite de sábado. A urna com o corpo do actor, falecido na manhã de sábado em Lisboa, encontra-se na biblioteca do palácio rodeada por dezenas de coroas de flores e encimada por um texto atribuído ao actor. No texto, intitulado "Um Vazio no Tempo", o actor conta uma experiência tida no recinto da Expo98 em que, num espaço vazio, descobriu "o seu Deus". De forma calma, as pessoas aguardam em fila à porta do palácio passando em seguida pela urna que se encontra fechada e dispersando-se depois pelo átrio e pelo jardim do palácio. Entre as centenas de anónimos estão também caras conhecidas do grande público, designadamente, ex-colegas de palco como Paulo Vasco, Francisco Nicholson, Catarina Avelar, Alina Vaz, Manuela Maria, Nicolau Breyner, Heitor Lourenço, Vítor de Sousa ou Francisco Braz. Outras figuras que marcam presença nesta última homenagem a Raul Solnado são Francisco José Viegas, os fadistas José da Câmara e Carlos do Carmo, o realizador José Fonseca e Costa, o cantor Pedro Abrunhosa, o apresentador Carlos Cruz e a secretária de Estado da Cultura, Maria Paula Fernandes dos Santos. Raul Solnado morreu sábado, aos 79 anos, às 10h50, de doença cardio-vascular grave. A fadista Mariza, em declarações hoje à Lusa, afirmou que "foi o Raul Solnado quem me fez acreditar no fado". De partida para a Graciosa, onde actua segunda-feira, razão pela qual não assiste hoje às exéquias, a fadista afirmou que cantava no Piano-Bar do José Cabeleira quando o actor a convidou a ir ao Canadá "sob a condição de apenas cantar fado". "Fui ao Canadá com ele, para actuar numa festa de recolha de fundos para um lar de idosos, e cantei só fado", disse a criadora de "Ó gente da minha terra". Mariza afirmou que guarda a memória de "um companheiro, sempre bem-disposto conversador, e amante de tudo que era português como sardinhas assadas, vinho tinto e fado". "O Raul gostava muito de fado", disse a fadista, opinião coincidente com a da actriz Alina Vaz, que afirmou que "várias vezes fomos aos fados, gostava essencialmente do fado tradicional". "O Raul Solnado fez-me acreditar que era possível cantar fado e foi de facto o grande impulsionador da minha opção por esta carreira", rematou Mariza.

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