sexta-feira, 7 de agosto de 2009

José Eduardo Moniz influencia o mercado

As empresas proprietárias das duas estações privadas de televisão foram as primeiras a beneficiar com a saída de José Eduardo Moniz da TVI. Em Queluz, o ambiente ainda é de incredulidade pelo anúncio repentino. Um ambiente calmo, ainda em choque. Era desta forma que se descrevia ontem à tarde a disposição das pessoas na estação de Queluz. Na véspera, a grande maioria dos jornalistas, e outros funcionários, tinha sido surpreendida com o anúncio do director-geral de que iria sair nesse mesmo dia. O abandono de Moniz foi algumas vezes profetizado, mas nunca se chegou a efectuar. Desta vez, as notícias recentes apontavam nesse sentido, mas na sequência de uma entrada da Ongoing Investments na Media Capital. Moniz sairia para ocupar um cargo na empresa. Só que aconteceu o contrário. Moniz deixou o lugar, ao que tudo indica para a Ongoing, mas o negócio não foi anunciado. Ainda assim, prevendo-se a sua concretização, as poucas acções da Média Capital dispersas em bolsa - a espanhola Prisa detém 94,69 % das acções - registaram uma subida de 51.06%, para 5 euros, tendo sido negociadas 500. A concorrente Impresa, que possui a SIC, também subiu 1,90%, para 1,070 euros, tendo sido negociadas 445 acções. Neste caso, por se prever um melhor resultado nas audiências de Carnaxide, agora que o homem forte da TVI sai. Entre as conversas também se especulava sobre a continuação da subdirectora de informação, Manuela Moura Guedes, mesmo tendo esta dado a garantia de que a sua situação profissional não se irá alterar. E se por um lado se prevê a sua saída, devido ao mau estar que a sua condução do "Jornal Nacional" tem provocado em vários sectores e no Governo, por outro existe a pressão de Moniz. As suas declarações de que "seria um escândalo" terminar com aquele bloco noticioso, são vistas como uma forma de este último pressionar a estação a manter a linha orientadora da informação. Para já, a estratégia da Média Capital é de continuidade. Bernardo Bairrão, na direcção, Luís Cunha Velho, à frente dos programas, e João Maia Abreu, da informação, revelam que enquanto não se decidir sobre a entrada de um novo accionista não se darão grandes transformação a nível interno. Caso a Ongoing entre no capital é provável que haja uma reorganização interna. Mas até Setembro, os espectadores não deverão notar a ausência de Moniz.

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