quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Teatro da Cornucópia estreia obra prima de Goethe

"Esta é uma peça contra a lógica, contra a razão e em favor do coração e da verdade." Foi assim que Luís Miguel Cintra, director artístico da companhia, resumiu "Ifigénia na Táurida", o espectáculo que a Cornucópia estreia hoje às 21h30. A peça, protagonizada por Beatriz Batarda, parte de um texto de Goethe, de 1787, recriado poeticamente por Frederico Lourenço. A escolha desta obra aconteceu, segundo Cintra, "porque ela coloca o homem face a um mundo em mudança, onde a transformação só é possível através da transformação das consciências individuais". Já para Beatriz Batarda, Ifigénia é uma heroína cujo percurso "se faz pela doçura e pela delicadeza" e interpretá-la "foi uma experiência libertadora". O texto, que retoma o mito grego com o mesmo nome, "coloca questões que nos desabituámos de pensar", afirmou Cintra. Que disse ainda esperar "que o público sinta algum choque, alguma inquietação," face a este trabalho. Beatriz Batarda acredita que o despojamento da peça e a "suposta dificuldade do texto não afastarão um público que está farto de fogos de artifício". "Ifigénia na Táurida" narra o reencontro da heroína com o seu irmão Orestes, que vingou a morte do pai, Agamémnon, assassinado pela mãe, Clitmnestra, e todas as questões éticas e morais que o reencontro provoca. Do elenco fazem ainda parte Luís Miguel Cintra e Paulo Moura Lopes, entre outros.

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