Eles vestem-se e despem-se, tiram e põem cabeleiras, entram e saem, debitam falas e até as dizem de trás para a frente. "As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos" é um espectáculo em ritmo acelerado e é mesmo assim que tem de ser porque são 36 obras e o cronómetro não pára. No final, não se sabe quem está mais cansado: se os actores em corrupio, trocando de fato ao mesmo tempo que trocam de personagem e mudam o tom de voz, se os espectadores agarrados à barriga de tanto rir. Há treze anos que o espectáculo da Companhia Teatral do Chiado está em cena e para assinalar tão extraordinário facto, amanhã, segunda-feira, excepcionalmente, haverá teatro: uma sessão especial, para convidados, no Teatro São Luiz, em Lisboa. De autoria de Adam Long, Daniel Singer e Jess Borgeson, e dirigido por Juvenal Garcês, o espectáculo em registo de comédia e farsa condensa momentos de toda a obra do dramaturgo inglês: tragédias, comédias, peças históricas e sonetos. Em palco três actores apenas: Simão Rubim, João Carraceda e Manuel Mendes. Cada um deles interpreta inúmeras personagens, marcadas através de acessórios simples. Com excepção de Ofélia, para a qual é pedida a colaboração de uma espectadora. Assim que viu o espectáculo em Londres, Juvenal Garcês não teve dúvidas de que queria trazer aquele humor para Portugal. A simplicidade de cenários e figurinos acabaram por funcionar a favor do espectáculo, que aposta tudo na interpretação (com piadas que foram mudando ao longo dos anos e que se dirigem à actualidade) e na interactividade com o público.
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