"Não deixem arder o Martinho da Arcada entre o fumo dos escapes dos autocarros." Este foi o apelo deixado pelo actor Ruy de Carvalho, a quem décadas de vida e de carreira ensinaram a importância de viver com o "belo" mas também com o "caos" e a "mudança". Sendo a última das personalidades homenageada nas tertúlias do conhecido café lisboeta, Ruy de Carvalho falou do seu trajecto passado, mas falou mais do presente, nomeadamente dos projectos que considera um exemplo de dinamização de espaços culturais. Um deles foi o trabalho de Diogo Infante no Teatro Nacional Dona Maria II. A mudança e a memória foram os dois temas da noite porque, como referiu o escritor Luís Machado, organizador do evento, "um dos grandes objectivos destas tertúlias era dinamizar o café histórico, chamar a atenção para a sua importância e para o facto de este ser um espaço que está na iminência de fechar". Agora que termina a série "Rostos da Portugalidade" o escritor reconheceu que o balanço das tertúlias é "muito positivo" e que está "mais optimista" em relação ao futuro do Martinho da Arcada. Depois, espera que entidades "como a Câmara Municipal de Lisboa, o Ministério da Cultura ou o Turismo de Portugal "possam subsidiar a transformação do café num pólo cultural, com música e outras actividades que chamem novos públicos, que chamem turistas e dêem nova vida a esta outra casa de Fernando Pessoa."
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