sábado, 6 de fevereiro de 2010

José Eduardo Moniz também quer afastamento de Sócrates

"É assustador termos a confirmação daquilo que eram indícios sérios de intervenção governamental no que diz respeito à TVI e às relações com a sua administração, nomeadamente com a administração da Media Capital", disse hoje à Lusa José Eduardo Moniz. O semanário Sol transcreve extractos do despacho do juiz de Aveiro responsável pelo caso Face Oculta em que este considera haver "indícios muito fortes da existência de um plano", envolvendo o primeiro ministro, José Sócrates, para controlar a estação de televisão TVI e afastar Manuela Moura Guedes e José Eduardo Moniz. Do despacho constam transcrições de escutas telefónicas envolvendo Armando Vara, então administrador do BCP, Paulo Penedos, assessor da PT, e Rui Pedro Soares, administrador executivo da PT. "É lamentável que isto aconteça, que a democracia portuguesa seja abalada por situações deste género e que haja conluios entre poder político e poder económico no sentido de condicionar o livre jornalismo em Portugal", afirmou o ex-director-geral da TVI. Moniz defende ainda que "alguém tem de intervir para pôr ordem neste país", porque estão a atingir-se "limites inadmissíveis". "Já não é apenas a crise económica, é uma crise de valores que atravessa a sociedade portuguesa. Acho que isto não é sinal de maturidade, não é bom para a tal credibilidade que ontem [quinta feira] o ministro das Finanças dizia ser preciso transmitir para o exterior", sustentou. Por isso, o actual administrador da Ongoing defende o afastamento de José Sócrates do Governo. "Acima disso tudo, acho que este primeiro ministro, pelas fragilidades de carácter que tem vindo a revelar, não tem condições objetivamente para continuar a ser primeiro ministro", afirmou. José Eduardo Moniz defende ainda que o Parlamento, "perante quem o primeiro ministro disse não saber nada sobre os negócios que se estavam a desenhar entre a Prisa e a Portugal Telecom (PT), tem de fazer alguma coisa", e que o Presidente da República "não pode ficar indiferente".
Fonte: Público

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