No programa "Notas Soltas" desta segunda-feira, os papéis de António Vitorino e Judite de Sousa inverteram-se por alguns minutos. Quando a jornalista pediu um comentário à alegada pressão do Governo para controlar os Media, o comentador do PS devolveu-lhe a pergunta, dizendo que ela "tinha uma longa carreira", que passou por vários governos. A directora adjunta de Informação da RTP foi peremptória: "De uma forma tão explícita, acho que estamos perante algo de novo." A jornalista, que em 12 anos de "Grande Entrevista" tem confrontado vários políticos, disse não ter mais nada a acrescentar, remetendo para o seu livro "A Vida é um Minuto – O Poder da Imagem". "Está lá tudo o que eu penso sobre o engenheiro José Sócrates", referiu. "Ele deveria ser mais parecido com Obama [presidente dos EUA] e mais estendido na sua relação com a Comunicação Social", acrescentou. Na obra, com prefácio de António Vitorino, a jornalista sublinha a diferença de papéis entre Comunicação Social e políticos e mostra como são difíceis as relações entre os dois poderes e como a "desconfiança é latente ente uns e outros". Na altura do lançamento, Judite de Sousa disse que os governos reagem mal às notícias adversas e que, " em relação à RTP, a coisa piora". Recorde-se que Judite de Sousa estava na direcção de Informação com José Rodrigues dos Santos, em 2004, quando este acusou a administração de Almerindo Marques de ingerência na escolha de jornalistas para a delegação de Madrid. A direcção de Informação da estação pública foi depois assumida por José Alberto Carvalho.Fonte: CM
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