"37" estreou ontem na TVI
Na minissérie "37", que estreou ontem na TVI, a personagem de Sofia Alves desperta a paixão da de Cucha Carvalheiro. É a primeira vez que Rui Vilhena inclui a homossexualidade feminina numa das suas histórias. Para as actrizes, a abordagem do tema deve ser encarada com "toda a normalidade", uma vez que faz parte da sociedade portuguesa. "A homossexualidade já foi abordada por diversas vezes e, embora nesta minissérie o Rui tenha tocado na questão, não a tornou o foco principal", começa por explicar Sofia Alves. "Mesmo assim, acredito que quanto mais normalidade existir sobre o tema melhor para todos", prossegue. A actriz interpreta Helena, uma rapariga acabada de regressar dos EUA e que comanda o departamento de investigação de uma universidade onde ocorre um crime. Cucha Carvalheiro, que veste a pele de reitora dessa faculdade e que, em cena, se vai apaixonar por Sofia, partilha da mesma opinião: "Neste caso, a homossexualidade é apenas um dos traços da minha personagem, não é central na história. Quando muito acrescenta interesse no sentido em que se vê essa orientação como algo normal." Um interesse que para esta actriz deveria estender-se "às outras minorias". "A nossa ficção não está a reflectir a sociedade em que vivemos e que mudou muito nos últimos anos. Falta, por exemplo, falar dos emigrantes brasileiros e dos de países do Leste que no nosso país já são mais maiorias do que minorias", disse. Sofia Alves concorda. "Já por várias vezes me têm tocado personagens em que o tema central é a emigração, desde "Olhos de Água" à "Ilha dos Amores", e agora a Helena na série "37". Todas regressam à pátria. Mas, de facto, não se tem desenvolvido a temática dos emigrantes que chegam ao nosso país", adianta, para depois concluir. "A identificação do público e a adesão têm fortes probabilidades de sucesso se a ficção se aproximar da realidade a nível de história." Já para Rui Vilhena, argumentista de "37", "neste momento, Portugal é bem retratado" na ficção, principalmente no que diz respeito às novelas urbano-contemporâneas: "Há um número imenso de temas que poderiam ser abordados e ainda não foram. Ainda... As coisas não são tão lineares quanto isso. Há muitas a ter em conta, como horários e sensibilidades."Fonte: DN
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