António Sala está a escrever livro e musical
Ao fim de 45 anos de carreira na rádio, 39 deles na Rádio Renascença, António Sala, a mítica voz que marcou as manhãs com o programa "Despertar", ao lado da amiga Olga Cardoso, decidiu reformar-se, aproveitando o plano de rescisões levado a cabo pela estação. Mas planos para o futuro não faltam, como adiantou: "Estou a escrever um livro sobre a rádio, chamado Rádio dos Afectos, e espero conseguir acabá-lo agora calmamente e depois editá-lo". Referiu ainda: "poderei vir a escrever crónicas sobre as minhas experiências, sobre a vida, também sobre a rádio, mas não quero ficar preso a uma temática". E está a desenvolver, com Henrique Feist, um musical, também sobre a rádio. "Comecei há seis anos a criar este musical, chamado Magia da Rádio, e que deverá estrear-se este ano no Teatro Tivoli", contou. Actualmente em fase de pré-produção, o musical vai contar a história de uma família, de 1935 até aos dias de hoje, sendo que vai também "percorrer os acontecimentos marcantes do País, sempre com a rádio como tema de fundo, até porque terá como pretexto uma cantora ficcionada, chamada Maria da Luz, e será feito o percurso dela desde a chegada ao sucesso até ao declínio", contou o antigo radialista da Rádio Renascença. Apesar de ter referido que o trabalho diário como radialista "chegou ao fim", António Sala afirmou que poderá sempre envolver-se na rádio para ajudar as novas gerações: "Posso sempre participar em aulas, workshops, mostrar a minha experiência e aproveitar a boa formação e entusiasmo das novas gerações até para lhes falar da história da rádio, que é algo que eu considero muito importante". Durante a sua carreira ainda chegou a ter algumas experiências televisivas, como por exemplo os concursos "Palavra Puxa Palavra" ou "1,2,3" (substituindo Carlos Cruz). No entanto, foi a rádio onde se manteve com regularidade e foi este o meio que o celebrizou. "Foram 45 anos muito gratificantes, que me mudaram como homem, que me deu oportunidade de conhecer novas pessoas. O facto da minha voz ser identificada e ter sido em algum momento uma companhia para alguém, sendo que não fui apenas um passador de discos, é algo muito gratificante", referiu António Sala, que acrescentou: "O pior que podem dizer neste meio é dizer a alguém que foi indiferente. E passar na rua e vir uma senhora, como veio há tempos, dar-me um abraço e dizer-me que fui uma companhia para ela durante anos, é algo pelo qual fico extremamente comovido".Fonte: DN
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