Kelly Rodrigues, portuguesa de Torres Vedras, nascida na Suíça, abraçou o namorado com alegria ontem à saída do Teatro Tivoli, em Lisboa. Chegou às 07h30 e só se despachou às 17h30, mas a espera foi recompensada. Passou o pré-casting do concurso de talentos "Achas Que Sabes Dançar", que a SIC estreia em Abril. Na segunda feira apresenta-se no mesmo local diante do júri do concurso, que só será conhecido então, com o seu número de kuduro e hip hop. A alegria de Kelly, 28 anos, contrastava com a tristeza de outros (a maioria) que não convenceram a produção do programa - a cargo da Endemol - com a sua improvisação. Ontem, ao contrário do que pensavam os candidatos, não podiam mostrar as suas coreografias. Juntavam-se em grupos de dez, segundo o estilo de dança que dominavam (hip hop era o mais representado, seguido das danças de salão e da dança contemporânea), ao som de uma música escolhida pela produção. Mudaram as regras do concurso no último dia", queixava-se uma jovem de 16 anos, vestida com trajes orientais (e calças de ganga por baixo para evitar o frio), que veio de Almada com a mãe. Isabel Amador, indignada, estava disposta a apresentar queixa da Endemol. "Mas eu já sabia que isto ia ser assim. Trouxe-a mesmo por isso, para que visse que estas coisas não são como mostram na televisão", disse a mãe. Não se verá por exemplo o que gravaram com o apresentador João Manzarra, durante quase uma hora. "Uma perda de tempo", concorda outra jovem, de 17 anos, no fim da fila, o 800 e muitos da contagem (cerca de mil pessoas tentaram a sua sorte). Outro motivo de indignação: "Aqui não interessa saber dançar, o que interessa é chamar a atenção. Já vimos amigos nossos, coreógrafos, que dançam e tudo, ficarem pelo caminho." Ela e as amigas mataram o tempo junto ao centro comercial Fórum Tivoli, que serviu de camarim a uns quantos candidatos. Do Algarve para Lisboa, vários pares de bailarinos de danças de salão, vestidos a preceito para a audição . "Chegámos às 08.00 e fomo-nos vestindo ao longo do dia", diz uma das candidatas. "Vestimo-nos num café", diz uma das candidatas, com um traje minúsculo, vermelho, de franjas e um blusão para enganar o frio. E como a produção pedia visual especial, para além de modelos que fizessem a diferença, "elas maquilharam-se por aí nos vidros da montras". Hoje há mais.
Fonte: DN
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