A "Grande Entrevista" de Pedro Passos Coelho, na quarta-feira, na RTP1, com uma audiência média de 844 mil espectadores, foi a mais vista das quatro realizadas por Judite Sousa aos candidatos à liderança do PSD. A entrevista de Paulo Rangel foi vista por 652,1 mil espectadores, a de Aguiar Branco por 687,6 mil e a de Castanheira Barros por 350,9 mil. Destes números podem ser feitas duas leituras, considera Nuno Azinheira, crítico de TV. "Por um lado, e isso não é culpa da RTP, apesar de ter dado o mesmo espaço mediático e o mesmo tempo de duração a cada um, eles tiveram concorrências diferentes", sublinha. No caso de Paulo Rangel, "havia uma clima de hostilidade, alimentado na véspera do jogo do Sporting e acompanhado de confrontos no dia". Castanheira Barros sofreu do mesmo mal. "Era o final de uma competição com duas das principais equipas, a que leva mais espectadores à televisão [Benfica] e o campeão em título [FC Porto]", analisa. Depois, diz, era um jogo pouco habitual em canal aberto. "Só se vêem jogos entre os grandes na Carlsberg Cup [Taça da Liga], na SIC, e da Taça de Portugal, na TVI. Portanto, Castanheira Barros foi esmagado pelos 2,4 milhões que viram o jogo". No total do dia, a SIC conseguiu, aliás, o melhor resultado de 2010 com 34,8% de quota de mercado, enquanto a RTP1 fez o pior, 15,9%. Na análise, acresce, segundo Azinheira, outro dado "extrafutebol". "Mesmo que Castanheira Barros não tivesse tido a concorrência fortíssima do futebol, seria o entrevistado com menor audiência. É o outsider na corrida ao PSD", nota. Na mesma perspectiva, avalia, "Passos Coelho tem uma vantagem em relação a Paulo Rangel, pelo que significa de ruptura". Numa perspectiva política, a investigadora Nilza Mouzinho de Sena considera que a visibilidade dos candidatos não resulta apenas das audiências televisivas. Entre os apoiantes dos candidatos, o autarca e comentador desportivo Fernando Seara, da ala Rangel, considera que "o futebol distorce qualquer comparação". Agostinho Branquinho, próximo de Aguiar Branco, põe a tónica no facto de terem sido dadas em sinal aberto "por terem audiências mais elevadas" do que no cabo, chegando a mais pessoas.
Fonte: DN
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