"Se isto fosse um filme, seria um filme de plano único", diz Marco Martins a propósito da peça "Num Dia Igual aos Outros", que estreia quinta-feira na Sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II, às 21h45, e cuja acção garante 80 minutos de intensidade emocional e violência psicológica, sempre em crescendo. Protagonizado por Nuno Lopes e Gonçalo Waddington, este drama familiar para maiores de 16 anos foi escrito pelo norte-americano John Kolvenbach e conta a história de dois irmãos abandonados pelo pai na infância e adolescência. Quinze anos depois, dá-se o reencontro. Um rico e um pobre, um integrado, outro marginal, escondem as feridas de um passado marcado pela ausência de afecto e que, a qualquer momento, podem voltar a sangrar. E é esse momento doloroso – de confronto e revelação – que é dado a ver ao espectador. Marco Martins viu a peça em Londres em 2002 e desde logo pensou em Nuno Lopes e Gonçalo Waddington para os papéis, mas teve de esperar oito anos até concretizar o sonho de encenar um texto que lhe agradou sobremaneira. "Gosto do facto de o tempo de acção coincidir com o tempo real do espectador, gosto da história e gosto da intensidade das personagens", explica. "Acima de tudo fascinou-me o facto de se tratar de um drama familiar. Acho que, na vida de todos nós, há sempre dramas familiares por resolver..." Em volta da escolha do elenco há até uma história curiosa: quando Marco Martins rodava "Alice", a personagem interpretada por Nuno Lopes era actor e estava a ensaiar uma peça – esta, de John Kolvenbach. "Além de sermos amigos, gosto do trabalho do Gonçalo [Waddington] e do Nuno [Lopes]", diz o encenador. "Somos uma companhia." "Num Dia Igual aos Outros" é para ver até 18 de Abril.
Fonte: CM
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