Actor, apresentador de televisão e empresário do espectáculo, garante que Portugal tem bons humoristas, mas a crise que vivemos actualmente, às vezes, "corta" a vontade de fazer humor. Através do pai, o actor Vítor Mendes, conheceu desde miúdo os meandros do teatro e da revista. Aos sábados e domingos, Fernando Mendes passava as tardes no Parque Mayer, em Lisboa, e em casa, nas horas vagas, fazia "teatrinhos" para divertir a família e os amigos. Tomou-lhe então o gosto e, aos 17 anos, depois de passar por outras funções, como ajudante de contra-regra, estreou-se na revista "Reviravolta", ao lado dos maiores, como Eugénio Salvador, Rosa do Canto e Florbela Queiróz. A partir daí, nunca mais parou. Participa no seu primeiro programa de televisão, "O Foguete", em 1983. Hoje, Fernando Mendes, empresário, actor e apresentador de TV, é o que poderá considerar-se um homem de sucesso no mundo do espectáculo. Apresentando o programa "Preço Certo", na RTP1, e tendo em cena, no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, a peça "mendes.com", Fernando Mendes esteve num evento, confidenciando que prefere ser "um actor popular do que um bom actor", admitindo, no entanto, que, "quando assume fazer as coisas, pretende fazê-las bem feitas". Dá-se bem com a duplicidade de funções, como actor e empresário, e agora vai percorrendo o país com as suas produções. Admite que a vida lhe corre bem, apesar de ter consciência que não pode entrar em extravagâncias e por se lembrar das dificuldades que encontrou no início da carreira. Conhecido popular e carinhosamente por Gordo, Fernando Mendes confidenciou que não tem qualquer problema por ser tratado assim - pelo contrário, até acha graça. Não tem qualquer preocupação com a imagem e diz que, durante as suas representações, quer no teatro, quer na televisão, recusa pôr cremes e ser maquiado. Relembrando ter 47 anos e algumas noites "mal dormidas", agora conciencializou-se que tem de fazer algumas restrições, por exemplo, alimentares, apesar de adorar comer. Faz exames clínicos de seis em seis meses e é frequentador habitual da clínica do dr. Fernando Póvoas. Considera, aliás, "ser a vergonha do consultório do Póvoas". Acrescenta: "Ir lá vou, só que não faço tudo o que ele me manda, por isso, estas gordurazitas, mas enfim... dá para ter o peso certo, que são 107 quilitos", ironizou. A sua vida particular é, hoje em dia, mais calma. Vive sozinho e tem dois filhos, de mães diferentes. Adora ser pai e admite ter uma relação "gira" com os filhos, uma rapariga de 26 anos e um rapaz de 18 , que para já "não seguiram, e bem, as pisadas do pai, quer no teatro, quer na televisão". Assumindo-se como actor humorista, Fernando Mendes considera que, em Portugal, continuam a existir bons humoristas. Há é, às vezes, menos vontade de fazer rir. Confessa não perceber nada de política, mas também diz peremptoriamente não estar interessado, porque "a política tem-me desiludido". Talvez seja por isso que não tem partido, não vota, nem sabe sequer onde fica a sua mesa de voto. Já está habituado a receber, na altura das eleições, alguns telefonemas de vários partidos a pedir-lhe apoios, mas, a todos eles, "mando dar uma volta ao bilhar grande. A minha vida é outra, é trabalhar para todo o povo". Acredita, todavia, que a "onda" da crise vai passar e os portugueses irão ter, novamente, bons momentos para poder apreciar uma boa peça de teatro, ver um bom programa de televisão ou assistir a excelentes sketchs humorísticos. Os "ingredientes" necessários para isso já existem, uma vez que Portugal, diz, tem bons actores e bons humoristas. Lembra, por exemplo, o caso do "melhor de todos", o Herman José, "que está a pagar um pouco os excessos que cometeu", os Gato Fedorento e "Os Contemporâneos".
Fonte: JN
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