Estreou hoje, às 10h30, no Teatro do Bolhão, no Porto, a peça "A Menina do Mar". Numa adaptação do texto homónimo de Sophia de Mello Breyner, a trama é encenada por Joana Providência e direccionada ao público juvenil, "convidado especial" da peça. O texto explora o imaginário das crianças, contando a história de um menino apaixonado pela praia que, um dia, encontra uma criança que vive no mar e tem como amigos um polvo, um caranguejo e um peixe. Esta menina apresenta-o à vida no fundo do mar e ambos passam a desejar conhecer de perto o habitat natural do outro. Este foi um mote suficientemente cativante para Joana Providência, que considera que trabalhar a linguagem de Sophia é "um desafio grande e aliciante". A encenadora da peça, que integra no elenco três ex-alunos da ACE/Teatro do Bolhão (Academia Contemporânea do Espectáculo), afirma que, sendo as crianças "um público exigente, as imagens têm que ser claras e eficazes. Isto obriga a um trabalho forte ao nível do imaginário e da força da imagem". Assim, os contos da poetisa portuense são uma "mais-valia porque são de uma enorme carga poética". Sendo a dança a expressão artística de mais relevo na carreira de Joana Providência, o movimento é um dos elementos principais da peça, que também é narrada em língua gestual. A encenadora aponta como razões da integração desta forma de expressão o facto de facilitar a compreensão do texto e a própria beleza do movimento. "Apercebemo-nos que se ganhava muito ao nível do ritmo e do desenho. A peça aproveita-se do desenho gestual, que, plasticamente, é belíssimo", explica Joana Providência. A coreógrafa e encenadora destaca ainda o poder de um trabalho como este na formação de novos públicos de teatro. A artista vê as crianças também como público importante a cativar e, nesse sentido, as escolas como principais instituições a sensibilizar. A peça, que vai passar por Coimbra, Bragança, Vila Real, Torres Novas e Estarreja, apresenta-se no Porto às 10h30 e às 15 horas, de segunda a quinta-feira; às 10h30 à sexta-feira e às 16 horas ao domingo.
Fonte: JN
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