"Apostar num jornalismo de proximidade". É o objectivo que justifica a expansão concluída no início deste ano pelo operador regional Porto Canal. Tornar a designação mais abrangente é o próximo passo. Dos seus planos, consta a mudança para Canal do Norte. Na realidade, para além da sede, em Matosinhos, a estação por cabo, inaugurada em Setembro de 2006, tem neste momento sete delegações: Mirandela, Arcos de Valdevez e Penafiel, que começaram a funcionar em Julho de 2010 como experiência piloto; Guimarães, Braga e Douro (Vila Real) abertas no início deste ano; e há ainda uma outra que complementa a sede e que permite alargar a cobertura da Área Metropolitana do Porto. "Se não fizéssemos crescer o projecto, podia morrer", admitiu, o director geral da estação, Juan Figueroa Boullosa. O processo de expansão acabou por ser rápido, pois levou menos de um ano a concretizar. Daí que nem em todos os casos tenha sido possível arranjar soluções estáveis em termos de instalações. Para lá caminha. No entanto, assume que este nem é o maior problema "porque hoje em dia uma equipa de reportagem consegue trabalhar a partir de um carro com uma boa ligação de internet". "O que interessa é que as equipas sejam móveis", aduz.O que conta para este responsável é ter actualmente "a cobertura integral de toda a região Norte de Portugal". Precisa que cada uma das filiais tenha uma equipa de dois jornalistas e um operador de imagem, que produzem "uma média diária de três reportagens". Daí que no horizonte não esteja a abertura de qualquer outra delegação. Mas isto não que dizer que, se o projecto correr de feição, as delegações actuais não possam crescer". O seu desenvolvimento poderá passar pela criação de estúdios descentralizados. "Será uma forma de não obrigar a ir à sede do Porto Canal os protagonistas de cada região, cada vez que tiverem de participar num programa em directo", explica Juan Figueroa Boullosa. O director do Porto Canal admite que a designação da estação tenha de mudar, pois a ideia é vir a ser conhecida como "Canal do Norte". Porém, esta não é uma preocupação imediata, pois estão ocupados com o seu desenvolvimento. Até porque agora "é preciso demonstrar às pessoas que podem contar com o Porto Canal - detido maioritariamente pela Media Luso, participada da espanhola Media Pro - para divulgar o que acontece nas suas terras". Ou seja, "que não é como as outras televisões que vão lá uma vez por semana, ou por mês". É neste contexto que cada delegação tem de produzir uma média de três reportagens diárias. "Assim ajuda-se a demonstrar a este país tão centralizado que as regiões do interior são igualmente activas, que também têm eventos culturais, sociais e desportivos". Sustentar as delegações afigura-se "difícil" ao director, sobretudo em tempos de crise (o orçamento anual é de 2 milhões de euros) , mas confia que se os objectivos forem cumpridos e as audiências aumentarem, as empresas poderão ver ali "um bom instrumento de visibilidade". O director-geral do Porto Canal explica que a nova delegação de Guimarães permite cobrir todo o território do vale do Ave, a de Braga acompanha toda a actualidade informativa no vale do Cávado e a de Vila Real permite fazer a cobertura de toda a Região Demarcada do Douro. Até agora, a sede do Porto Canal acompanhava os acontecimentos de Matosinhos, Maia, Porto e Vila Nova de Gaia, mas o reforço implementado já este ano possibilita alargar a presença da estação a toda a área metropolitana, permitindo noticiar eventos desde Oliveira de Azeméis até Vila do Conde, num total de 16 municípios. A própria sede teve de crescer, criando novas equipas, pois "todo o fluxo de informação gerado a partir das delegações têm de ser coordenado e agendado". A par disso surgiram novos programas, com destaque para um que tem como tema principal o turismo e que se chama "Destino Norte". "Entendemos que é a actividade principal da região e muito do seu futuro económico passará por ela". A delegação de Mirandela cobre todo o alto Trás-os-Montes, a de Arcos de Valdevez acompanha o alto Minho e a de Penafiel encarrega-se dos vales do Sousa e Tâmega. Estas três foram as primeiras delegações, abertas em Julho como experiência piloto, e revelaram-se uma boa aposta. O director salienta que os seis meses foram "muito positivos". E dai permitir-lhe ambicionar uma maior expansão.
Fonte: JN
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