Mário Crespo, jornalista da SIC, denuncia uma alegada conversa que terá decorrido num restaurante em Lisboa entre José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e um executivo de televisão que não identifica, em que ele, Mário Crespo, é alvo de várias críticas e referenciado como "mais um problema que tem que ser solucionado". O pivot da estação de Carnaxide deixa de escrever opinião no Jornal de Notícias depois de, ontem à noite, lhe ter sido negada a publicação de um texto onde relatava o sucedido. A alegada conversa entre o primeiro-ministro, o ministro de Estado, o ministro dos Assuntos Parlamentares e o executivo de televisão terá decorrido no dia da discussão do Orçamento do Estado, na passada terça-feira, em que Crespo diz ter sido "publicamente referenciado como sendo mentalmente débil ("um louco") a necessitar de ("ir para o manicómio")". "Fui descrito como um profissional impreparado", escreve o jornalista da SIC no artigo que foi publicado no site do Instituto Francisco Sá Carneiro, uma instituição de debate e reflexão política ligada ao PSD. No final do artigo é acrescentada a seguinte nota: "Artigo originalmente redigido para ser publicado hoje na imprensa". Mário Crespo escreve habitualmente às segundas-feiras no Jornal de Notícias, mas o artigo de hoje não foi publicado. Segundo Mário Crespo, "a conversa, claramente ouvida nas mesas em redor", chegou-lhe através de várias fontes. "Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre", escreve o jornalista."Em 2010 o primeiro-ministro já não tem tantos problemas nos media como tinha em 2009. O problema Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi solucionado. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser um problema. Foi-se o problema que era o director do Público", acrescenta Mário Crespo. E a concluir afirma: "Agora, que o problema Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o primeiro-ministro de Portugal, o ministro de Estado e o ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais um problema que tem que ser solucionado. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada."
Fonte: Público
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