Filipa Azevedo, de Gondomar, deu no sábado um salto determinante na sua carreira, ao ganhar o "Festival da Canção", com "Há Dias Assim", composta por Augusto Madureira. "Vai ser a canção da minha vida", disse ontem. "Era mesmo isto que eu estava a precisar". "Estou muito contente", afirmou Filipa Azevedo, de 18 anos, natural de Porto, com residência em Gondomar e no último ano e meio a viver em Londres, na ressaca de uma vitória inesperada, no Campo Pequeno, em Lisboa. "Não contava com isto. E agora estou muito nervosa por ir representar Portugal ao Festival da Eurovisão". O certame europeu realiza-se este ano em Oslo, Noruega. Há duas semifinais, a 25 e 27 de Maio, e a final acontece a 29. Augusto Madureira, jornalista da SIC, não foi o primeiro a convidá-la para interpretar um tema no Festival. "Em 2008, a Rosa Lobato Faria também me ligou a dizer que tinha uma canção para mim, mas, na altura, por causa do contrato com a SIC, relacionado com a participação em "Família Superstar', tive de dizer que não podia". Em Novembro ou Dezembro do ano passado - Filipa não se lembra exactamente - um novo telefonema, desta vez, de Augusto Madureira, voltou a desassossegá-la. "Foi uma surpresa, eu só o conhecia da televisão", disse. Pelos vistos, ficou entretanto a saber, quem o desafiou foi Clara de Sousa, pivô da SIC. Foi esta que depois de lhe perguntar se este ano ele não participava no Festival, lhe sugeriu o nome da Filipa Azevedo, com quem se tinha cruzado, enquanto elemento do júri do concurso "Família Superstar". Clara de Sousa estava presente quando Sérgio Rosado, dos Anjos, deixou cair uma lágrima durante a prova de Filipa para o programa da SIC, em 2006. Acerca de anteontem, a jovem procurou subir ao palco, onde se realizou esta 46ºedição do certame, de "uma forma muito humilde, comprometida a cantar a música que (me) fizeram da melhor maneira, respeitando as indicações". E a tarefa de dar voz a uma balada, um género mais clássico, normalmente entregue a cantores mais maduros, também não atrapalhou Filipa Azevedo. "É o meu género favorito. Gostava de poder continuar a cantar baladas". As baladas foram, sem dúvida, o prato forte do Festival deste ano. Havia-as para todos os gostos, com ritmos latinos à mistura, ou pequenos apontamentos típicos do fado. Entre os temas cantados em grupo, assistiu-se a um cherinho de folclore na actuação do grupo feminino Seis p'meia dúzia. Descalças, as cantoras, de saias compridas e chapéus da cabeça, dançaram alguns passos da dança tradicional portuguesa. As referências internacionais também se fizeram notar, quer através das músicas, quer dos próprios desempenhos em palco. Em "Fogo Lento", com Nuno Pinto, soaram alguns acordes de guitarra a fazer lembrar o Bryan Adams. E na dança de Catarina Pereira, em "Canta Por Mim", a segunda classificada, a um ponto de Filipa Azevedo, detectou-se movimentos já vistos nas actuações Beyoncé, de alguma forma com o cunho da cantora norte-americana.
Fonte: JN
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