António Vitorino desmente as afirmações feitas ontem por Manuela Moura Guedes em Comissão Parlamentar, segundo as quais o dirigente do PS teria pressionado a Prisa para afastar a apresentadora do jornal de sexta feira da TVI. Numa declaração feita em Moçambique, onde se encontra, António Vitorino afirma não ter ouvido na íntegra as declarações de Moura Guedes na Comissão Parlamentar que investiga a intenção de compra de parte da TVI pela Portugal Telecom, mas classifica como "uma pura atoarda" o que ouviu. "Desminto categoricamente que tenha feito qualquer tipo de pressão sobre a Prisa, em meu nome ou em nome de quem fosse", afirma o advogado. "As acusações não foram consubstanciadas, não encontram correspondência na fonte que é citada, mas constituem um ataque ao meu bom nome profissional que repudio totalmente", conclui António Vitorino. A jornalista Manuela Moura Guedes afirmou quarta feira no Parlamento que o administrador da TVI Bernardo Bairrão lhe disse que a decisão de suspender o "Jornal Nacional 6ª" da TVI partiu do socialista António Vitorino. "Disse-me [dois dias antes da suspensão do jornal] que havia um problema grave porque o jornal estava prestes a ser suspenso" e que a decisão vinha de Espanha - de Manuel Polanco e José Luís Cébrian, responsáveis da Prisa, dona da Media Capital, explicou. "Disse-lhe que se [a decisão era de] Cébrian e Polanco, isso vinha de [José] Sócrates e ele [Bernardo Bairrão] disse-me que, desta vez não era o Sócrates, era o Vitorino", acrescentou. Na sua intervenção no Parlamento, na terça feira, Bernardo Bairrão garantiu não ter havido ingerência política no cancelamento do "Jornal Nacional 6ª". "Nunca tive qualquer contacto com o Governo. Não conheço António Vitorino e não tenho conhecimento, formal ou informal, de que a Prisa tenha recebido instruções do Governo, através dele, para suspender o jornal de sexta". Bairrão disse apenas recordar-se de uma "conversa de corredor", em que alguém disse que António Vitorino tinha atacado aquele noticiário. "Mas dou pouca credibilidade a essas conversas e muito menos comentei com Manuela Moura Guedes", afirmou. Manuela Moura Guedes e Bernardo Bairrão foram ouvidos na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República na sequência de notícias que dão conta de um alegado plano do Governo para controlar a comunicação social.
Fonte: JN
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