O Teatro Experimental de Cascais (TEC) decidiu adiar a inauguração marcada para ontem de uma exposição de fotografias da peça "O Mar", iniciativa que evocava o actor António Feio, falecido no passado dia 29 de Julho, vitimado por um cancro. Em declarações à agência Lusa, o codirector do TEC, João Vasco, acrescentou que "o adiamento resulta da sugestão de uma três filhas de António que, numa mensagem de correio electrónico conjunta com as duas irmãs, considera que devíamos manter um prazo de luto mais alargado ". Este responsável falava a propósito de uma evocação de António Feio marcada para ontem à tarde no Espaço Memória do TEC, em Cascais, durante a qual ficaria também exposta a maqueta original da peça "O Mar" de Miguel Torga – estreada a 5 de Maio de 1966 – da autoria de Almada Negreiros. A homenagem a António Feio incluía ainda uma placa em memória do actor que mais tarde seria fixada nas paredes do Auditório Mirita Casimiro, no Monte Estoril. "Compreendo perfeitamente e, mais do que tudo, respeito a posição das filhas – tal como o TEC –, pelo que mantemos a intenção de homenagear o António mas numa altura em que a família considere mais oportuna", sublinhou João Vasco. João Vasco disse ainda compreender que os filhos do actor estivessem "sentidos" por não terem sido contactados para a cerimónia, alegando, porém, que este facto se deveu à sua impossibilidade pessoal de obter os contactos de todos em tempo útil. "Admito que me precipitei e que cometi uma falha de organização", confessou, sublinhando ter sido com a "melhor das intenções" que o TEC prestava homenagem ao actor que se estreou naquela companhia aos 11 anos. Na passada segunda feira, na página de António Feio no Facebook, os quatro filhos do actor manifestavam "tristeza e indignação" por não terem sido consultados nem convidados para a cerimónia de evocação do pai. Também a filha mais velha do actor – Bárbara – disse anteontem que nem ela nem os três irmãos tinham sido convidados. Além disso, considerava que a evocação do pai nesta altura era "precipitada" e não respeitava o tempo de luto que os filhos do actor mereciam. "Só ontem consegui contactar com eles, mas o mais importante é que respeitamos a posição e a dor deles e só faremos a cerimónia quando eles se mostrarem preparados para tal", frisou João Vasco.
Fonte: JN
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