quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Manoel de Oliveira no festival de Veneza

Portugal está entre os países presentes no festival cinema de Veneza, que hoje começa completando o triunvirato dos grandes certames do género, após Berlim e Cannes. Manoel de Oliveira e João Nicolau exibem filmes na secção Horizontes. A prata da casa domina de longe as atenções que vão virar-se, até ao dia 11, para o Lido, a extensa mas estreita língua de terra que separa Veneza do mar Adriático. Aos 44 filmes italianos, juntam-se 19 dos Estados Unidos e 11 de França, destacando-se, logo de seguida, os contingentes asiáticos: sete filmes chineses e outros tantos do Japão. Aliás, será um cineasta de Hong Kong, John Woo, a levar este ano o Leão de Ouro de carreira. Poucas semanas após a conquista do Leopardo de Ouro para a curta metragem em Locarno, com "A History of Mutual Respect", de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, o cinema português volta a estar em foco, com a exibição de dois títulos na secção Horizontes, destinada a divulgar novas tendências do cinema contemporâneo. É o que se espera da primeira longa metragem de João Nicolau, "A Espada e a Rosa", co produção com França de O Som e a Fúria, uma das mais jovens e dinâmicas produtoras nacionais. O filme conta aqui a história de Manuel, jovem que no século XV diz adeus à sua existência rotineira para embarcar num navio pirata. Manuel Mesquita e Joana Cunha Ferreira são os principais actores do filme. A primeira exibição está marcada para o dia 8. A três meses de completar 102 anos, Manoel de Oliveira mostra, também de hoje a oito dias, o filme "Painéis de São Vicente de Fora - Visão Poética", um ensaio de 16 minutos encomendado pela Fundação de Serralves aquando da celebração, em 2009, dos 20 anos de existência da instituição e dos dez anos do seu museu. Nicolau e Oliveira são acompanhados na secção pelos últimos trabalhos de autores como Catherine Breillat, José Luís Guierin, Vincent Gallo, Ken Jacobs e Paul Morrissey, num alinhamento que inclui ainda "Dharma Guns", de F. J. Ossang, cineasta francês que trabalhou já várias vezes entre nós e que assina aqui uma co-produção franco portuguesa. Do elenco constam os actores Lionel Tua e Diogo Dória. Mas é a secção oficial em competição que atrai as maiores atenções. O júri internacional é presidido por Quentin Tarantino, que terá ao seu lado o argumentista e realizador mexicano Guillermo Arriaga, a actriz lituana Ingeborga Dapkunaite, o realizador francês Arnaud Desplechin, o compositor americano Danny Elfman (conhecido pela amizade e longa colaboração com Tim Burton) e os realizadores italianos Luca Guadagnino e Gabriele Salvatores. Este ano, o Leão de Ouro é disputado por 23 filmes. Os principais destaques vão para "Black Swan", de Darren Aronofsky, que abre hoje o festival, "Somewhere", de Sofia Coppola, e "Road to Nowhere", que marca o regresso ao cinema do histórico Monte Hellman. Também "Balada Triste de Trompeta", de Alex de la Iglesia, "13 Assassins", de Takashi Miike, "Essential Killing", de Jerzy Skolimowski, e "Potiche", novo encontro dos pesos pesados Catherine Deneuve e Gérard Dépardieu numa realização de François Ozon, são filmes a ter em conta na edição deste ano.
Fonte: JN

Sem comentários: