A SIC faz a festa do 18º aniversário na terceira posição da tabela de audiências. Após dez anos de liderança, desde 2005 que sente dificuldades em se impor e tem vindo a revezar-se com a RTP1 na luta pelo segundo lugar. Já perdeu, já ganhou, este ano está a perder, ainda que por apenas três pontos percentuais (tem uma média de 23,6% de audiência média, contra os 23,9% da televisão pública). "Uma situação complicada", defende Francisco Penim, ex-director de Programas do canal. Mas "circunstancial", defende. Penim lembra que a SIC foi líder de audiências durante dez anos e que a TVI está a ganhar há apenas cinco. Além disso, a estação de Queluz de Baixo, com de 27,3% de audiência média em 2010, "não está tão em alta como já esteve e poderá passar por algumas contrariedades daqui para a frente". O cabo está a ganhar força. E os quatro canais generalistas estão cada vez mais próximos uns dos outros. "Nos próximos dez anos, essas diferenças vão manter-se. A tendência é para o cabo continuar a aumentar", antevê Penim, defendendo que isso é "sinal de que o mercado está mais maduro, apesar de pobre e pequeno". Perante este cenário, só vê uma forma de a SIC conquistar mais audiências. "Para derrotar o líder tem de se fazer o mesmo, mas melhor", defende. Ou seja, tem de fazer mais ficção. "É o único caminho possível, mas isso custa dinheiro e esse é que é o problema", comenta. "As novelas alimentam-se umas às outras. Não basta uma", reforça, lembrando os tempos em que dirigiu a SIC e em que conseguiu o sucesso "Floribella". "Não chegou. Só a "Floribella" e a "Vingança" não chegaram. Era preciso mais uma", admite. "É preciso ter três novelas ao mesmo tempo. Se calhar, mais." Felisbela Lopes, estudiosa do panorama audiovisual português, acredita que a SIC tem seguido o lema defendido por Francisco Penim, mas da pior maneira. "Entrou num processo de cópia daquilo que a TVI faz, mas copia mal. Arrisca novelas e entretenimento mas são sempre de segunda categoria", defende, lembrando que o processo teve início após o "Big Brother", com o "Acorrentados". "Quem arrisca vai sempre à frente", conclui. Por isso, aconselha a SIC a ousar e a apostar num formato diferente, num programa de entretenimento alternativo, que integre os espectadores nos conteúdos e que funcione como âncora. O quê em concreto, não sabe. Mas bater as novelas da TVI e a "Casa dos Segredos", "produtos muito competitivos", parece-lhe uma missão hercúlea.
Fonte: DN
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