O presidente da Associação Comercial do Porto, adepto do FC Porto, ainda não decidiu se continuará a ser comentador do programa desportivo da RTPN "Trio d'Ataque". Rui Moreira abandonou na terça-feira o estúdio antes do fim da emissão, em protesto contra a escolha do seu adversário benfiquista António Pedro Vasconcelos, que destacou as escutas a Pinto da Costa como ponto negativo da semana. Contactado ontem, Rui Moreira referiu não ter ainda decidido o que vai fazer em relação à sua colaboração com o "Trio d'Ataque", uma vez que ainda não falou sobre o incidente com qualquer responsável da RTPN. "Não tenho nada a declarar sobre o que aconteceu. Não faz sentido", sublinhou. Na RTP, o desconforto com a situação criada por Rui Moreira é notório. O director do canal, José Alberto Lemos, afirma que "a RTPN lamenta o que aconteceu no programa de terça feira". "É óbvio que preferíamos que não tivesse acontecido", disse o responsável. Apesar de inédita na história do programa, que começou a ser emitido na época desportiva 2003/04, a situação não apanhou toda a gente desprevenida. "Há algum tempo, sobretudo desde o meio da temporada passada, que eles os dois [Rui Moreira, adepto do FC Porto, e António Pedro Vasconcelos, adepto do Benfica] andavam pegados, com provocações de parte a parte", contou ao nosso jornal uma fonte do programa. "Tem havido uma tensão crescente, é verdade", admite outra fonte, que aponta "a história do túnel, no ano passado, o Benfica campeão e os comentários de Vilas Boas já este ano" como causadoras de "uma certa espiral de agressividade" entre o benfiquista e o portista. Ao longo de todo o dia, o DN tentou ouvir António Pedro Vasconcelos, mas o telefone do cineasta esteve sempre desligado. Quem acompanhou a polémica no momento, embora não tenha participado nela, foi Rui Oliveira e Costa, adepto do Sporting, que, admitiu, não ficou "nada surpreendido" com o episódio. "Não houve surpresa porque... há mais de um ano que estava à espera", disse. Rui Oliveira e Costa, que falou com Rui Moreira, de quem é amigo, no final da emissão, prefere não se alongar em comentários, enquanto "a própria RTP não se manifestar", mas deixa entender que a sua continuidade no programa pode estar dependente de uma conversa que terá com o presidente do Sporting, José Eduardo Bettencourt, hoje na reunião do Conselho Leonino. "Sou contra as escutas. Em 1984, como deputado, recusei-me a votar favoravelmente a Lei da Segurança Interna", recorda Oliveira e Costa, que elogiou o pivô do programa, Hugo Gilberto, "um excelente profissional". "Ele tentou evitar a situação e defender a RTP enquanto estação de serviço público", concluiu.
Fonte: DN
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