Segundo Moniz, António Costa terá ligado para o administrador da Media Capital Miguel Gil fazendo "enormes pressões" exigindo que a peça não passasse pois estava cheia de incorrecções. E que mesmo depois de Moniz ter falado com a jornalista e ter visionado a peça, confirmando que era credível, que Miguel Gil decidiu à mesma encontrar-se com António Costa e que continuou a insistir na não divulgação da peça com base em documentos fornecidos por António Costa. O caso, que remonta a 2008, falava de um custo de 485,5 milhões de euros gasto pelo Ministério da Administração Interna, então dirigido por António Costa, cinco vezes mais do que poderia ter gasto se tivesse optado por outro modelo técnico e financeiro. A suspeita de tráfico de influências foi arquivada pelo Ministério Público em Março de 2009. Moniz acusou ainda o executivo de Sócrates de ter pressionado a Prisa no sentido de influenciar a informação da TVI a ser pró referendo ao aborto em 2007 e que Paes do Amaral, já em 2001, ainda era primeiro-ministro António Guterres e José Sócrates ministro do ambiente, o chamou para lhe comunicar que Sócrates era seu amigo e que não queria negócios estragados por causa das notícias da TVI. Moniz referia-se a uma reportagem sobre um aterro sanitário em Évora. Paes do Amaral terá então referido que não estava para voltar a ter problemas como tivera no Independente. O antigo director da TVI acrescentou que "houve um conjunto de incidentes, com Miguel Paes do Amaral a solicitar a correcção da linha editorial da empresa e a cabeça de Manuela Moura Guedes". Mas adiantou que, com a Prisa, as coisas se complicaram: "Logo de início percebi que a minha vida ia ser muito complicada". E que no primeiro encontro cara a cara com José Luís Cébrian, da Prisa, lhe foi comunicado pessoalmente para "ter cuidado com a informação".
Fonte: Público
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