Já dizia Ruy de Carvalho que as reformas dos actores mal dão para viver e que, aos 82 anos, tem de arregaçar as mangas, fintar as limitações da idade e arranjar energia para continuar a subir aos palcos. Muito mais nova do que ele, a actriz Ana Padrão concorda com o velho mestre do teatro e da televisão e crítica a forma como os actores portugueses são tratados: "Não temos um nível de vida assim tão bom como as pessoas julgam, porque na vida de um actor nem tudo é maravilhoso e cor de rosa. As coisas não nos caem do céu e existem actores que nem às reformas têm direito. De resto, o final de carreira assusta-me. Assusta-me o facto de não ter subsídio de desemprego e de não conseguir ter um subsídio de saúde para conseguir alguma qualidade de vida. Temos um emprego incerto e o futuro é complicado." O mote para esta conversa foi o novo filme de Joaquim Leitão, "A Esperança Está Onde Menos Se Espera", em que Ana Padrão protagoniza o papel de uma mãe de família com o marido (Virgílio Castelo) desempregado. Ana Padrão, mãe de duas filhas, assume que é nos palcos que está o ar de que precisa para respirar, especialmente no Teatro e no Cinema. Mas, sublinha, é graças à televisão que consegue pagar as contas.
Sem comentários:
Enviar um comentário