"A Febre" já chegou também às artes, e a culpa é da peça homónima, de Wallace Shawn, fruto da criatividade da companhia Teatro Oficina. Assim, a Sala Vermelha do Teatro Aberto recebe a partir de amanhã, às 21h30, João Reis, num monólogo traduzido por Jacinto Lucas Pires. Em "A Febre", o actor interpreta um homem da classe média nova-iorquina, que viaja para um país pobre e devastado pela guerra, onde permanece doente e sozinho num quarto deprimente de um hotel. Está prestes a acontecer uma execução em baixo da sua janela. Longe do conforto e dos privilégios da sua própria vida, luta contra as suas memórias e a sua consciência, desafiadas pela miséria e pobreza que vê. Enquanto relembra e agoniza ao constatar a sua responsabilidade sobre aquela opressão, chega à inevitável conclusão de que todos são culpados a menos que reajam. Avança definindo a sua própria culpa e questionando se tem ou não coragem para se juntar a essa luta. Horrorizado com a sua fraqueza, anseia pelo perdão e pela força para merecê-lo.
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