Um dia depois da vitória socialista, a Ongoing, presidida por Nuno Vasconcellos e que conta com José Eduardo Moniz na vice presidência (área média) desde Agosto, chega a acordo de compra com a Prisa de 35% da Media Capital, dona da TVI. A negociação com o grupo espanhol Prisa pressupõe que Nuno Vasconcellos seja nomeado o novo presidente da Media Capital, continuando, no entanto, Bernardo Bairrão administrador delegado e primeiro executivo, segundo comunicado ontem divulgado pela Media Capital. Com este negócio, José Eduardo Moniz voltará a ter ligação com a TVI. A tão intrigante saída de Moniz da direcção da estação líder de audiências para um cargo numa empresa com ambição de crescimento, é certo, mas ainda sem poder actuante numa televisão, começou ontem a fazer outro sentido. A Prisa, presente em 22 países e proprietária do diário de referência El País, mantém a posição maioritária - aos 94,69% da Media Capital deverão ser agora subtraídos os 35% - mas também passa a contar com um parceiro português. Este negócio, que ainda carece de autorização dos reguladores, levanta ainda outras implicações, nomeadamente, no que diz respeito à situação de Manuela Moura Guedes na TVI. A jornalista viu suspenso o seu noticiário, logo após a saída de Moniz da chefia da estação. A Prisa não revela o montante exacto da venda mas aponta que a transacção teve por base uma avaliação da Media Capital, detentora da TVI, Rádio Comercial, Rádio Clube, Cidade FM, entre outras, em 450 milhões de euros. Sugerindo-se que tenha havido um montante envolvido na ordem dos 157,5 milhões de euros. Esta vontade de compra de parte da Media Capital foi confirmada pela própria Ongoing, mas desvalorizada pelos responsáveis da empresa, no dia em que se tornou pública a contratação de José Eduardo Moniz. A 10 de Agosto, o vice-presidente da Ongoing Strategy, Rafael Mora, disse que as conversações com a Media Capital não tinham avançado e que a prioridade continuava a ser a Impresa (SIC), onde já detinham 23,5%. Do outro lado da barricada, depressa se fez saber que Pinto Balsemão, presidente da Impresa, não estava interessado em abdicar de poder na empresa que fundou. O objectivo da Ongoing não se camuflava: queria ter capacidade para decidir na estrutura do grupo da SIC. Embora Rafael Mora tivesse previsto a reviravolta: caso a Impresa não cedesse, voltariam a negociar com a Media Capital, e, se esse fosse o caminho, segundo Nuno Vasconcellos, o presidente, veio a acrescentar, seria natural desfazerem-se da participação na SIC. A situação financeira da Ongoing junta uma dívida que ascende aos 850 milhões de euros, a participações de referência na PT, no BES, no Espírito Santo Financial Group. Ontem, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários determinou a suspensão da negociação das acções da Media Capital, nos mercados regulamentados da Euronext porque aguarda a divulgação de informação privilegiada. Esta foi a segunda transacção ontem divulgada pela Prisa, que parece apostado em reduzir a dívida superior a cinco mil milhões de euros. Vendeu ainda ao fundo DLJ South American Partners, 25% da editora Santillana, com o qual encaixou um total 247,5 milhões de euros.terça-feira, 29 de setembro de 2009
José Eduardo Moniz recupera ligação à TVI
Um dia depois da vitória socialista, a Ongoing, presidida por Nuno Vasconcellos e que conta com José Eduardo Moniz na vice presidência (área média) desde Agosto, chega a acordo de compra com a Prisa de 35% da Media Capital, dona da TVI. A negociação com o grupo espanhol Prisa pressupõe que Nuno Vasconcellos seja nomeado o novo presidente da Media Capital, continuando, no entanto, Bernardo Bairrão administrador delegado e primeiro executivo, segundo comunicado ontem divulgado pela Media Capital. Com este negócio, José Eduardo Moniz voltará a ter ligação com a TVI. A tão intrigante saída de Moniz da direcção da estação líder de audiências para um cargo numa empresa com ambição de crescimento, é certo, mas ainda sem poder actuante numa televisão, começou ontem a fazer outro sentido. A Prisa, presente em 22 países e proprietária do diário de referência El País, mantém a posição maioritária - aos 94,69% da Media Capital deverão ser agora subtraídos os 35% - mas também passa a contar com um parceiro português. Este negócio, que ainda carece de autorização dos reguladores, levanta ainda outras implicações, nomeadamente, no que diz respeito à situação de Manuela Moura Guedes na TVI. A jornalista viu suspenso o seu noticiário, logo após a saída de Moniz da chefia da estação. A Prisa não revela o montante exacto da venda mas aponta que a transacção teve por base uma avaliação da Media Capital, detentora da TVI, Rádio Comercial, Rádio Clube, Cidade FM, entre outras, em 450 milhões de euros. Sugerindo-se que tenha havido um montante envolvido na ordem dos 157,5 milhões de euros. Esta vontade de compra de parte da Media Capital foi confirmada pela própria Ongoing, mas desvalorizada pelos responsáveis da empresa, no dia em que se tornou pública a contratação de José Eduardo Moniz. A 10 de Agosto, o vice-presidente da Ongoing Strategy, Rafael Mora, disse que as conversações com a Media Capital não tinham avançado e que a prioridade continuava a ser a Impresa (SIC), onde já detinham 23,5%. Do outro lado da barricada, depressa se fez saber que Pinto Balsemão, presidente da Impresa, não estava interessado em abdicar de poder na empresa que fundou. O objectivo da Ongoing não se camuflava: queria ter capacidade para decidir na estrutura do grupo da SIC. Embora Rafael Mora tivesse previsto a reviravolta: caso a Impresa não cedesse, voltariam a negociar com a Media Capital, e, se esse fosse o caminho, segundo Nuno Vasconcellos, o presidente, veio a acrescentar, seria natural desfazerem-se da participação na SIC. A situação financeira da Ongoing junta uma dívida que ascende aos 850 milhões de euros, a participações de referência na PT, no BES, no Espírito Santo Financial Group. Ontem, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários determinou a suspensão da negociação das acções da Media Capital, nos mercados regulamentados da Euronext porque aguarda a divulgação de informação privilegiada. Esta foi a segunda transacção ontem divulgada pela Prisa, que parece apostado em reduzir a dívida superior a cinco mil milhões de euros. Vendeu ainda ao fundo DLJ South American Partners, 25% da editora Santillana, com o qual encaixou um total 247,5 milhões de euros.
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