sábado, 28 de novembro de 2009

"O Cônsul de Bordéus" estreia no próximo ano

À ordem de acção do realizador começa a ouvir-se na sala a voz do actor espanhol Manuel de Blás. Um arrepio corre pela espinha de quem se encontra à sua volta. O local é o lendário e esplendoroso Teatro Sá de Miranda, no centro histórico de Viana do Castelo. É ali que se repetem as várias takes da cena 12, onde Francisco de Almeida, o maestro que se prepara para dirigir um espectáculo, se encontra pela primeira vez com a jovem jornalista Alexandra Schmidt. A cena faz parte de "O Cônsul de Bordéus", uma co produção da portuguesa Take 2000 com belgas e espanhóis. O filme aborda os feitos de Aristides de Sousa Mendes que, entre finais de Maio e Junho de 1940, quando dirigia o consulado português naquela cidade francesa, emitiu em todo o tipo de papel que encontrava cerca de 30 mil vistos para judeus que fugiam dos avanços nazis, permitindo-lhe passagem por Portugal para outros destinos mais seguros. Uma acção tremendamente humanitária, num momento de horror para a humanidade e que, feita contra as ordens expressas de Salazar, lhe valeu o fim da carreira, mas também a imortalidade. A mensagem que se transmite para fora, para melhor se compreender a importância deste homem, é de que se trata do "Schindler português". "O Cônsul de Bordéus" não é uma biografia tradicional de Aristides de Sousa Mendes, mas uma evocação do período da sua vida que o tornaria famoso. A vertente ficcional permite haver uma montagem paralela com a actualidade, onde alguém recorda como o conheceu. A estreia mundial prevê-se que possa ser feita em Bruxelas, no próximo ano, quando se comemorarem os 70 anos dos feitos de Aristides, esperando-se que as autoridades portuguesas estejam presentes ao mais alto nível.

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