quinta-feira, 5 de novembro de 2009

RTP1 criticada por não variar formatos

Concursos antes e depois do "Telejornal", durante a semana, ao sábado e ao domingo. Agora a RTP1 vai estrear um novo formato nas noites de sexta feira. Serão programas do mesmo género a mais? As opiniões dividem-se. "Família Família", conduzido por Sónia Araújo, é a nova aposta da RTP1 para as noites de sexta feira. Este concurso junta-se aos outros dois que já estrearam ao fim-de-semana. "Dança Comigo no Gelo", nas noites de sábado, e "O Último Passageiro" aos domingos. A oferta da estação no horário nobre fica, assim, sujeita a um único tipo de programa. "É uma questão de diversidade", começa logo por apontar Rui Cádima, da Universidade Nova de Lisboa. Segundo o investigador, a RTP1 "não tem em horário nobre uma oferta diversificada pelos diferentes géneros televisivos". No seu entender, ao colocar concursos antes e depois do "Telejornal", durante a semana ("Preço Certo" e "Jogo Duplo", respectivamente), a estação fica impedida de "estruturar" uma grelha adequada a um canal público. Ao alargar esta opção ao fim-de-semana, acaba por haver "um género que preenche um espaço muito significativo" do tempo do horário nobre. Questionado sobre se esta opção poderia estar condicionada pelos valores de produção, inferiores aos de outros formatos, o professor universitário lembrou que programas de divulgação cultural ou de debate de temas públicos "que saiam da esfera" da agenda política, "também se podem conseguir a custos mais baixos". A escassez de cinema e a ausência de debates sobre temas sociais são dois pontos comuns entre a opinião anterior e a de Felisbela Lopes. Mas a professora da Universidade do Minho, considera "positiva" a opção pelos concursos, no quadro da oferta dos três canais generalistas. "A TVI está centrada na ficção", a SIC explora o filão do humor, a RTP emite concursos. Os três canais têm uma oferta diferenciada", frisa. No caso concreto dos concursos, a investigadora aponta as "marcas distintivas" entre cada programa, e elogia a "tendência de não clonar formatos". No caso concreto da nova aposta, "este concurso é mais virado para o público que fica em casa ao fim-de-semana à noite. A sociedade muda estruturalmente, acho positivo o esforço de diferenciação entre formatos e de congregar público diferenciado (pais, filhos e avós) num canal de serviço público."

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