sábado, 9 de janeiro de 2010

José Rodrigues dos Santos: o jornalista escritor

Jornalista garante que escrever lhe dá imenso prazer e que o êxito está "numa escrita clara, em linguagem de jornalista". Já vendeu mais de um milhão de livros e está traduzido em 15 línguas. Escreve rápido, sente muito prazer quando o faz e, se quisesse - mas não quer -, já poderia viver exclusivamente da escrita. José Rodrigues dos Santos, jornalista da RTP e pivô do "Telejornal", é autor de sete romances, que já venderam mais de um milhão de exemplares. O mais recente livro, "Fúria Divina", conquistou o Prémio Clube Literário do Porto, no valor de 25 mil euros. Admite que a escrita lhe sai de forma rápida, circunstância facilitada pelo facto de ser jornalista. Aliás, diz mesmo que escreve "como um jornalista escreve" e lembra que o seu recorde surgiu em folga da RTP: num só dia, escreveu 21 páginas no computador. Por outro lado, revela nunca lhe ter passado pela cabeça que teria sucesso como escritor e conta que tudo começou quando José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores, lhe pediu para escrever um conto para a revista daquela instituição. Acedeu, enviou e obteve como resposta: "Continue, porque você dá um bom romancista". O facto levou-o a dar uma gargalhada. A verdade é que já vai no sétimo romance, estando traduzido em 15 línguas. Em Portugal, os seus livros atingem, invariavelmente, o top de vendas. Confessa "também vender bem em Espanha e na Holanda". A julgar pelo êxito comercial dos seus livros, poder-se-á considerar um homem rico? O jornalista escritor ironiza: "Sim, sou rico, porque tenho uma rica família". No entanto, frisa que, "se quisesse, já viveria da escrita, mas não quero estar dependente dela. Para mim, é um hobby". Um passatempo que o entusiasma profundamente, ao ponto de pelas 7h30 colocar-se frente ao computador. Normalmente, é de manhã que escreve, mas, quando está de folga, o acto prolonga-se até ao final da tarde, altura em que as filhas e a mulher regressam a casa. As ideias para os livros surgem-lhe de qualquer situação. Por exemplo, para o primeiro romance, foi "beber" à investigação que desenvolveu para escrever a sua tese de doutoramento, "Reportagem de Guerra". Explica que a escreveu de forma narrativa, como se fosse um romance. "A filha do Capitão", o segundo livro, relaciona-se com a leitura de uma tese sobre a II Guerra Mundial, enquanto que "A Fórmula de Deus" nasceu na praia de Maceió, no Brasil. "O Sétimo Selo" surgiu de uma conversa na cantina da RTP, com Judite de Sousa e Márcia Rodrigues. Já "Fúria Divina", lançado em Outubro passado, que, em dois meses, vendeu 160 mil exemplares e que tem como tema principal o radicalismo islâmico, nasceu no decorrer de uma viagem que realizou ao Paquistão. José Rodrigues dos Santos crê que todos os seus livros traduzem uma espécie de jogo entre a ficção e a verdade. Confessa que as histórias têm um fundo verdadeiro, o que, diz, fascina o leitor, porque "as pessoas gostam sempre de aprender mais qualquer coisa".
Fonte: JN

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