Considera que o título de apresentador é "redutor". Júlio Isidro, "profissional de Comunicação Social", celebra hoje, sábado, 50 anos de carreira. Os pés assentes na terra permitiram-lhe sobreviver quase cinco décadas sem um ordenado mensal da televisão. O início da sua vida profissional confunde-se quase com o do arranque da televisão em Portugal. Júlio Isidro tinha 14 anos quando se estreou no ecrã, no "Programa Juvenil" ao lado de Lídia Franco e João Lobo Antunes. Mas é "O Passeio dos Alegres", em 1981, que marca definitivamente o seu estilo de comunicador. Ali se lançaram carreiras como a de Ana Bola, Rui Veloso ou Os Trabalhadores do Comércio. O programa teve três temporadas e deu origem a outro formato, "Festa é Festa", que por sua vez se transformou em "A Festa Continua". Nas últimas duas décadas, Júlio Isidro conduziu inúmeros formatos de talk-show na RTP e na TVI, estação por onde teve uma breve passagem. Actualmente, conduz nas noites de quarta-feira o programa "Quarto Crescente", na RTP1 e, na rádio, "A Ilha dos Tesouros" (Antena 1). Enquanto espectador gosta de realçar a "qualidade da reportagem e do documentário". "Quando me ponho à frente do ecrã é para perguntar para que é que isto me serve. E quando faço televisão para os outros é sempre a pensar de que maneira os vai servir". Mas depois de quase 48 anos sem ordenado mensal da televisão, só em 2007 celebrou um contrato com a estação pública. "Terminou a 31 de Dezembro e é renovado em Janeiro por mais um ano". Questionado sobre o que lhe falta fazer em televisão, Júlio Isidro revela que gostava de voltar a entrevistar Oprah Winfrey e ter um talk show de maior duração. Nos últimos meses de Nuno Santos na RTP, ainda chegou a ser ponderado o formato "Duetos Impossíveis", onde, com a ajuda das novas tecnologias, artistas actuais interpretariam temas com vedetas mortas. Como o dueto entre Nat King Cole e Natalie Cole. Mas o projecto não voltou a ser abordado pela nova Direcção de Programas.Fonte: JN
1 comentário:
Júlio Isidro não é somente um mero apresentador de televisão. Deu cartas na rádio – autor de programas arrebatadores como a “Febre de Sábado de Manhã” – realizador, guionista e produtor. A vida de Júlio confunde-se com a da RTP, pulverizando audiências com programas como o “Passeio dos Alegres”, onde, injustamente, nunca teve um vínculo laboral. Tinha a ideia romântica de que um programa faz-se com qualidade, perfeccionismo, nunca com o pensamento obsessivo em audiências, numa época em que a reunião de toda a família em volta da televisão era sagrada. Aos 65 anos e com 50 anos de carreira, dedica-se ainda à literatura infantil - um fascínio que nunca escondeu – e à sua outra grande paixão que se chama aeromodelismo. Espero que o homem que melhor entretenimento faz em Portugal, como deveria ser reconhecido, continue a ter a veleidade de fazer sonhar as gerações vindouras como fez com a minha.
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