sábado, 9 de janeiro de 2010

Nuno Cardoso encena "Jardim Zoológico de Cristal"

"Jardim Zoológico de Cristal" está em Lisboa até dia 12 de Janeiro, no âmbito da digressão nacional que está a realizar desde Outubro do ano passado. A seguir vai para Portimão. É uma peça autobiográfica de Tennessee Williams e antes de ser um texto para a cena foi um conto chamado "Retrato de uma Rapariga feita de Vidro" (na tradução portuguesa publicada recentemente pela Assírio Alvim) e, mais tarde, argumento para um filme. O autor, que gostava de trabalhar e retrabalhar os seus textos – mesmo aqueles que já tinha publicado – usou a própria família como fonte de inspiração para escrever "Jardim Zoológico de Cristal", peça que acaba de chegar a Lisboa numa encenação de Nuno Cardoso e que depois da curta carreira no Teatro Taborda (onde estará até dia 12), segue para o Tempo de Portimão, para uma representação única, dia 23. Aqui se conta a história de uma família disfuncional do sul profundo dos Estados Unidos. Amanda (Maria do Céu Ribeiro) é uma matriarca que, sentindo ter falhado a sua própria vida, se projecta na sua filha, Laura, para conseguir, através dela, uma segunda oportunidade para ser feliz. Mas Laura (Micaela Cardoso), não só tem um defeito físico – é coxa – como sofre de uma terrível timidez e depois de ter desistido do liceu desistiu também da escola profissional. No meio das duas mulheres está Tom (Luís Araújo), o irmão de Laura que alimenta a família com um emprego num armazém, enquanto escreve poemas às escondidas e sonha com uma vida diferente. Este drama familiar atinge o clímax quando a mãe convence Tom a trazer a casa um amigo para namorar Laura e esse amigo, Jim (Romeu Costa) revela ser uma paixão antiga da pobre jovem, desencadeando uma crise. Com este material para trabalhar, era grande o risco de se cair no registo melodramático mas o encenador decidiu seguir as indicações do próprio Tennessee Williams – que advogava um teatro não realista (conforme se lê no programa do espectáculo) – e usou vários recursos de distanciação para nos dar a ler esta história de forma mais racional e menos emotiva.
Fonte: CM

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