quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Diogo Infante estreia hoje "Rei Édipo"

Diogo Infante regressa, hoje, quinta-feira, aos palcos, pela mão do encenador Jorge Silva Melo, que aceitou o desafio de se lançou na escrita de uma nova versão de "Rei Édipo", a partir de Sófocles. A peça estará em cena no Teatro D. Maria II (TNDMII), em Lisboa. "Não resisto a actores, cada vez me interessam mais. E quando, num fim de tarde de Abril passado, o Diogo Infante me telefonou a dizer que tinha urgência em falar comigo sobre uma peça marquei logo encontro para esse dia", conta Jorge Silva Melo. A peça que andava na cabeça do director artístico do TNDMII era "Rei Édipo". Nessa altura, Jorge Silva Melo tinha viagem marcada para Madrid. Não adiou a intenção mas, uma vez lá chegado , "acabei por não fazer o que pensara. Optei por ir à procurar versões de Sófocles nas livarias madrilenas". De regresso aceitou o desafio proposto por Diogo Infante, desdesde que lhe fosse dada a hipótese de reescrever a peça. Foi o que fez. Até porque, recorda, "há quase vinte anos, pouco depois de fazer o "António Rapaz de Lisboa", que lhe tinha prometido uma peça". De volta ao clássico de Sófocles o encenador explica que não queria levar ao palco uma versão como a que viu em Madrid. "Não queria um Édipo de coturnos e saia, não queria aquelas listas infindas de deuses e lugares, queria ir a direito por um texto onde me encontrasse, e aos meus sonhos maus". Nesta novo projecto para o TNDMII, Jorge Silva Melo volta trabalhar com muitos dos actores que o têm acompanhado. E outros cujo trabalho suscita a sua admiração. Convidou Virgílio Castelo "que fará de Creonte e Lia Gama, que fará de Jocasta". Mas também Cândido Ferreira, António Simão e José Neves. A peça inclui ainda um coro de 25 actores, alguns dos quais trabalham pela primeira vez com o encenador e director dos Artistas Unidos. A ressaltar ainda a colaboração da Orquestra de Câmara Portuguesa que interpretará a música original composta por Pedro Carneiro. Escrita por Sófocles por volta de 427 a.C., "Rei Édipo" foi considerada por Aristóteles o mais perfeito exemplo de tragédia. A trama decorre num momento em que a peste atinge a cidade. E o Rei Édipo quer saber porquê. De pergunta em pergunta, de resposta em resposta, os enigmas vão caindo. Édipo vai descobrir uma verdade tremenda. Esta é a tragédia do saber.
Fonte: JN

1 comentário:

luis Carlos disse...

Pena a música ser uma constante que se sobrepõe ao texto...