"Até agora só tive algumas conversas exploratórias", garantiu ontem o comentador político Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado acerca de uma eventual transferência para a TVI, findo o seu contrato com a RTP1, e com o fim do programa "Notas Soltas", espaço de comentário do socialista António Vitorino. "Não havendo substituição na RTP1, achei melhor sair a bem", declarou Marcelo Rebelo de Sousa que, assegurou, só ponderará eventuais propostas após a saída da televisão do Estado, no dia 1 de Março. É a má experiência derivada da polémica que rodeou a sua saída da TVI em 2004 que leva agora o professor de Direito a optar por abandonar a RTP. "O facto de eu ficar na RTP seria a fonte de todas as chatices", justificou Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando a decisão da televisão do Estado em estabelecer o "Notas Soltas" como contraponto do espaço ocupado por si. Recorde-se a querela entre a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e a RTP, que considerou, na altura do arranque do programa "As Escolhas de Marcelo", emitido aos domingos na RTP, ser necessário um contraditório às opiniões do professor, em nome do "pluralismo político partidário". É precisamente a defesa deste "pluralismo" que leva agora o professor a optar por não continuar na RTP após o final do seu "álibi democrático", por não querer ser um "privilegiado", ao continuar no ar sem um ponto de vista contrário, apesar de recentemente ter sido convidado pelo seu director de informação, José Alberto Carvalho, a renovar o contrato. Quanto às recentes notícias, divulgadas na comunicação social, de que o professor teria um novo programa na estação de Queluz de Baixo, após o termo da sua estada na emissora do Estado, Marcelo Rebelo de Sousa declarou não ter, até agora, confirmado qualquer convite, e classificou de "pura especulação" as notícias de que já estava projectado o seu regresso àquela estação . Júlio Magalhães, director de informação da TVI, não emitiu qualquer depoimento sobre o assunto. Quanto a certezas, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que o único convite formal que tinha até agora recebido fora o da Rádio Renascença, ao qual também ainda não respondeu, adiantando que só tomaria uma decisão quanto ao seu futuro após a última emissão de "As Escolhas de Marcelo", dia 28. Adiando quaisquer notícias quanto a um novo espaço de comentário, o antigo líder do PSD manifestou apenas o desejo de "fazer uma pausa", após o fim deste programa de análise.Fonte: DN
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