No ano passado o segundo canal do Estado abriu um precedente inédito: 24 horas ininterruptas de documentários nacionais na sua grelha. Este ano, a dose repete-se. Um "Dia D" para despertar consciências, por ocasião do 36º aniversário da Revolução dos Cravos. Foi uma aposta arrojada, mas ganha em 2009 e reza o aforismo que em equipa vencedora não se mexe. Ora, é justamente o que a RTP2 fará relativamente às comemorações do 25 de Abril. E porque "o documentário só é possível graças à liberdade de expressão conquistada" naquela data, a emissão em apreço reveste-se de "grande carga simbólica", salienta Jorge Wemans, director do canal. Por outro lado, "o documentário português exprime de forma concreta e palpável os valores da liberdade", prossegue. Posto isto, o arranque da verdadeira maratona documental está agendado para dia 24, logo após o espaço noticioso da RTP2, pelas 22h30. Não será o som de uma senha na rádio que ligará a ignição de "Dia D", mas o trabalho "Na Terra Como no Céu", assinado por Inês Gonçalves. O pacote de filmes estender-se-á até perto das 22 horas do dia seguinte. Wemans frisou o maior leque de inéditos face ao ano transacto. "Privilegiámos esse aspecto. Haverá mesmo estreias mundiais e espaço tanto para realizadores consagrados", como para os debutantes nestas lides. A viagem assumirá um papel de destaque enquanto temática abordada. Não, viagens na acepção mais imediatista do termo. Viagem na medida em que parte dos trabalhos foram gravados lá fora. S. Tomé, Angola, Brasil, Argentina, ou França, serviram de cenário para imagens com muitas histórias dentro. Da Bimby ao fado, são diversas as fontes de inspiração que deram de beber aos documentários. De salientar ainda que, a fechar esta acção da RTP2, estará a estreia de duas séries documentais: "Lá e Cá" e "Património Mundial Português". Se a primeira preconiza estreitar laços entre o nosso país e o Brasil, a segunda versa tesouros lusos classificados pela UNESCO.Fonte: JN
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