quarta-feira, 21 de abril de 2010

"Nicolau" estreou ontem no Casino Lisboa

O pano sobe, Nicolau Breyner entra em cena e canta: "Fui tudo o que tinha de ser / Fui homem, fui mulher, bailarino / O bom, o vilão, o compère / A cantar no Parque Mayer." É assim que o popular actor se apresenta ao público em "Nicolau", espectáculo que estreou ontem no Casino Lisboa e com o qual o artista celebra, até domingo, 50 anos de carreira. Anunciada como stand up, a proposta é, na verdade, bem mais do que isso, já que às piadas sobre a actualidade e sobre as memórias de Nicolau Breyner se juntam uma meia-dúzia de canções cómicas – acompanhadas ao vivo por três músicos que contracenam com o actor – e a exibição de vídeos: pequenos filmes ou imagens de arquivo. Com grande à-vontade em cena, Nicolau Breyner conduz tudo, qual anfitrião a entreter os convidados – o público. Só não garante que o texto seja igual todos os dias. "O improviso faz parte de um espectáculo desta natureza e tenho a certeza de que nenhuma sessão será igual à anterior", anuncia. "Vamos lá ver é se tenho tempo para dizer o que está no guião..." A (eterna) crise, a EMEL ("Essa instituição fascizante"), as casas de banho inteligentes ("Mas para quê? Para discutir filosofia?") ou o problema das escutas são alguns dos temas que servem de mote à gargalhada e que trazem a assinatura de dois criativos das Produções Fictícias: Patrícia Castanheira e Roberto Pereira. Mas o melhor material do espectáculo é o do próprio Nicolau, que recorda, com graça, episódios dos bastidores do teatro e da sua vida – desde o dia em que adormeceu em palco, ao lado de Laura Alves e Paulo Renato, até à sua doença [cancro na próstata] e à forma como as "batas brancas" trataram dos seu rabo. Depois de domingo, "Nicolau" segue em digressão – algo por que o actor diz ansiar. "O pior das tournées é fazer o espectáculo. O resto é viagem, comida, conversa..."
Fonte: CM

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