domingo, 1 de agosto de 2010

Prolongada salva de palmas para António Feio

"Toni és o maior, estás nos nossos corações". O grito de uma fã de António Feio, no momento em que o caixão era colocado no carro funerário, à saída do Palácio Galveias, em Lisboa, foi pontuado por um prolongado aplauso de todos quantos ali se encontravam. Nem o calor que na altura se fazia sentir demoveu dezenas de populares que se concentraram no átrio do Palácio Galveias, onde o corpo do popular actor, falecido na passada sexta feira,se encontrava em câmara ardente. Lá dentro, dezenas de coroas de flores rodeavam o féretro.Aos pés do caixão podia ver-se um retrato muito sorridente do artista e a sua inseparável guitarra decorada com a pintura das manchas de uma vaca (iguais às do colete que o comediante usava enquanto protagonista de "Conversa da Treta"). A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, outra das personalidades presentes no local,fez questão de sublinhar o papel importante que António Feio teve no sentido de aproximar o teatro dos espectadores. Também o fadista Carlos do Carmo sublinhou a "boa lição de vida", deixada por um actor que "era um homem inquieto, um português livre, que percebeu cedo o país real". Mesmo antes da chegada do cortejo fúnebre ao crematório do cemitério dos Olivais, cerca das 17 horas, mais algumas centenas de pessoas aguardavam,sob um solinclemente, o carro que transportava a urna do popular actor para uma última cerimónia de homenagem. As três oliveiras e os seis ciprestes que se erguem no jardim fronteiro ao cemitério não forneciam sombra suficiente mas, mesmo assim, os admiradores de António Feio não arredaram pé. De novo, mal divisaram ao fundo da rua a chegada dos batedores da PSP, precedidos de três carros fúnebres,(dois deles carregados de flores), ecoaram os aplausos. Houve mesmo quem se comovesse até às lágrimas, quem se acotovelasse e perdesse a compostura só para conseguir chegar mais perto. E houve quem, como o Ricardo, na sua inocência dos seis anos, apenas tivesse olhos para o "carro bué de fixe" que ali estava estacionado - o Ford Mercury que havia transportado a urna de António Feio. O actor que, como lembrou o fadista Carlos do Carmo, deixou uma boa divisa: "viver e deixar viver".
Fonte: JN

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