terça-feira, 28 de setembro de 2010

Balanço da vencedora de "Projecto Moda"

Catarina Furtado passou pelo "Projecto Moda" como convidada e impressionou Carina Duarte, a concorrente que domingo à noite se sagrou vencedora do programa da RTP1. De tal forma que a designer elege a apresentadora da televisão pública como a personalidade portuguesa que gostaria de vestir. "É uma pessoa extremamente elegante e às vezes é arrojada ao nível das cores e silhuetas", justifica. "E ela gostou muito do meu vestido", lembra-se acerca da emissão em que a teve como jurada. Sabe que Catarina Furtado é fiel ao estilista Nuno Baltazar, mas acredita que "isso não a impede de usar uma criação de outra pessoa". Aos 25 anos, Carina tem muitos sonhos e a esperança de os concretizar. E vencer o "Projecto Moda" é meio caminho andado. "A minha vida vai dar uma volta muito grande", prevê. Já em meados de Outubro vai apresentar uma colecção no Portugal Fashion, uma das principais montras para os criadores nacionais. Está nervosa, claro, mas tenta manter-se o mais calma possível para "controlar a situação". Já com vários coordenados preparados - na linha daqueles que apresentou na final do "Projecto Moda" -, Carina sabe que todas as atenções estão sobre si e que o Portugal Fashion lhe pode abrir portas para lançar uma marca. Esse é o seu sonho desde que, aos 10 anos, desenhou o primeiro vestido. "Foi o que usei na primeira comunhão", conta. "É 100% seda selvagem, com aplicações em veludo cor de rosa. Acho que é lindíssimo. Agora não o faria igual, como é óbvio, mas tenho imenso orgulho que os meus pais me tenham dado a possibilidade de o desenhar e depois mandar fazer", agradece. Mais difícil foi convencê-los a darem-lhe uma máquina de costura verdadeira "e não uma da Barbie". Licenciou-se em Design de Moda e depois foi a Londres fazer uma formação em design de calçado, que durou apenas duas semanas. "Mas aprendi mais no tempo que lá estive do que nos anos todos do curso", nota. Por isso, faz questão de usufruir do curso de Fashion Design no Instituto Marangoni, em Milão, que ganhou no Projecto Moda. Bem como do estágio na Modalfa. "Não vou desperdiçar nenhuma oportunidade", garante. Aliás, analisa a participação no próprio concurso como uma grande aprendizagem. "Foi o melhor estágio que podia ter tido." Até porque tinha tentado outros e... nada. "Queria mostrar o que valia. Essa é a principal dificuldade: não há um apoio consistente ao design de moda. Temos imensa mão-de-obra qualificada que não é aproveitada", constata, ao mesmo tempo que faz uma previsão: "A indústria está a morrer. Acredito que daqui a 20 anos não haverá costureiras, alfaiates ou quem faça bordados à mão. Estas pessoas fazem falta." Como faz falta à mulher por- tuguesa a capacidade para se valorizar. "Joga muito pelo seguro e pelo prático", critica. A sua mulher, aquela em que pensa quando cria, é mais vistosa. "Tem de ter curvas, um bocadinho de peito, de anca...", diz.
Fonte: DN

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