quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"Sedução": elenco feminino conduz enredo

Na nova história da estação de Queluz de Baixo, a sedução vai ser a linha condutora do mistério e da malha de intrigas que envolverá as personagens masculinas e femininas criadas por Rui Vilhena. No papel de Júlia, Fernanda Serrano, que regressa ao pequeno ecrã após uma longa ausência imposta por doença e uma gravidez, é uma mulher maquiavélica e calculista que vai usar a sedução para atingir os seus objectivos. "Adoro esta mulher pérfida! É inebriante. Manipuladora. Menos óbvia do que a vilã que já tinha interpretado [em "Tu e Eu", de Manuel Arouca, em 2007]". A personagem, conta a actriz, "é muito apaixonada. Profundamente apaixonada. Tudo o que fará vai ser para ficar com Belmiro, a pessoa que ama". "Vou defender a Júlia o melhor que puder", assegura Serrano, que não esconde a emoção e o entusiasmo com que regressou aos estúdios, às gravações e ao convívio com os colegas da representação. "O momento mais marcante aconteceu no dia em que gravei o genérico da novela com o Ricardo Inácio. Foi um momento único. Diferente para mim... Um momento que vou recordar durante muitos anos... Mas agora não quero falar nisso...", recorda, comovida. Já adaptada ao ritmo de trabalho, Fernanda Serrano confessa que o que mais estranhou neste regresso foi "a falta da capacidade de memorização". Mas esclarece: "Depressa tudo voltou a funcionar como antigamente". Com menos tempo para os três filhos, conta que complicado vai ser explicar ao mais velho, Santiago, com cinco anos e meio, algumas cenas de romance que vai protagonizar em "Sedução". "O Santiago já me perguntou: Mãe, por que é que estás a fazer aquilo com aquele senhor se o papá é que é o teu namorado?". Maria João Luís, outra actriz de "Sedução", quer "dar garra e alegria" à sua personagem, que no enredo está casada com Belmiro (Nuno Homem de Sá), o homem que Júlia, hoje viúva, sempre amou. "Inspirei-me na mulher portuguesa para compor a Alice, uma mulher que luta para criar os filhos, que abdica de sonhos em prol da família e que não hesita em levantar os braços quando a desgraça lhe bate à porta". Para a actriz, a personagem é uma verdadeira "padeira de Aljubarrota, uma mulher libertadora" que, garante, quer homenagear. "Quando em Portugal só se fala de crise, a Alice vai mostrar que há sempre uma saída e uma razão para continuar a sorrir", diz. Ao contrário de Júlia, a vilã, Alice vai seduzir pela sua capacidade de generosidade e compreensão. Na narrativa, uma chantagem vai obrigá-la a desaparecer temporariamente. É então que Júlia aproveita para seduzir Belmiro. Quando Alice reaparece para resgatar a sua anterior vida vai encontrar Belmiro e os filhos a viver felizes com Júlia e a sua fortuna. Mais tarde cruza-se com Mário, personagem interpretada por Fernando Luís, e é então que a dona de casa e cabeleireira começa a ser disputada pelos dois homens. "Gosto mais das personagens femininas. O universo das mulheres é mais conflituoso do que o masculino". A afirmação é de Rui Vilhena, o autor de "Sedução". E Paula Neves, uma das actrizes da nova aposta da ficção da TVI, não hesita em afirmar que "o Rui é espantoso a escrever para mulheres". Dalila Carmo, Maria João Bastos, São José Correia, Margarida Vila Nova e Bárbara Norton de Matos são outras das muitas mulheres que vão dar vida e colorido às 27 personagens "fortes e competitivas" criadas por Rui Vilhena para esta produção. "Tem mais piada escrever para mulheres. As minhas personagens femininas sempre foram muito fortes. E isto porque a novela é o espelho da vida real", diz o autor que, pela "primeira vez", desenhou "personagens fabulosas e todas muito equilibradas". Rui Vilhena aposta também numa vertente didáctica, com a criação de uma personagem hermafrodita, desempenhada pela actriz Leonor Biscaia. "Vou passar algumas informações sobre o assunto ao público. Esclarecer é um dos papéis das novelas", diz o autor. Um dos episódios de "Sedução", vai incluir um flash mob [encontro espontâneo] dedicado a Michael Jackson. A sua gravação, em plena avenida da Liberdade, no coração de Lisboa, obrigou a um corte temporário do trânsito. "Fiz questão de prestar homenagem a Michael Jackson", explica Rui Vilhena.
Fonte: CM

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