sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"Agora é Que Conta" em queda desde a estreia

O programa de entretenimento de Fátima Lopes na TVI não surpreendeu no share de audiência ao fim de dois meses de emissão. A estação e a apresentadora não se mostram preocupados. O sociólogo Mário Contumélias critica este tipo de programas. Ao fim de 40 emissões de "Agora é Que Conta" não há margem para dúvidas. As audiências do programa de Fátima Lopes nas tardes da TVI caíram para metade, registando no seu pior dia, 9 de Novembro, 20.1% de quota. Segundo os dados da Marktest, de um arranque a 21 Setembro a liderar as audiências (40% de share), o programa chegou em 16 de Novembro a 25,5% de share. Mas já na primeira semana de Outubro, os espectadores que viram o programa não ultrapassaram os 300 mil, o que equivale a um share de não mais de 25%. Na explicação destas descidas e oscilações contam-se primordialmente estreias de programas noutros canais, como a telenovela da SIC "Escrito nas Estrelas", que venceu o programa de Fátima na primeira semana da sua estreia. A TVI e a apresentadora não se mostram preocupados, antes enquadrando os números dentro dos objectivos previstos pela estação de Queluz. Ou seja, não é nada que faça tremer Fátima Lopes. A aproximar-se o final do segundo mês de exibição, a apresentadora mantém a aposta no formato e valoriza as novidades diárias (como os jogos) e semanais (à sexta apresentam-se a concurso concorrentes famosos). A capacidade de introduzir novidade em cada programa é essencial para manter os telespectadores presos ao ecrã. As mudanças que se preparam ao programa têm sido apresentadas lentamente. Mas, segundo informações recolhidas junto da estação, poderá haver mais até ao final do ano. Emissões especiais e novos jogos fazem parte das apostas. O sociólogo Mário Contumélias não vê na concorrência entre canais a maior causa para as quedas de audiências. O crítico de televisão aponta antes o dedo aos próprios programas de entretenimento, ao "apelo à falta de inteligência que estes programas fazem". Muito crítico deste tipo de programas de companhia, Contumélias considera que "são programas absolutamente sem qualidade e constituem ataques à inteligência dos espectadores em que estes são vistos como sofrendo de iliteracia". Para o crítico de televisão, as televisões ganhariam em alterar os conteúdos de entretenimento, elevando a qualidade dos concursos e o tratamento das pessoas por parte dos apresentadores. "A companhia só nos interessa se for de qualidade, e não é o caso", diz, referindo-se a Conceição Lino, Júlia Pinheiro e Fátima Lopes. "Ao contrário do que os canais generalistas possam imaginar, os telespectadores têm um grau de exigência superior que tem de ser estimulado".
Fonte: JN

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