quarta-feira, 28 de abril de 2010

3ª temporada de "A Guerra" estreia para a semana na RTP1

A terceira temporada de "A Guerra", a última parte desta série da RTP sobre a guerra colonial portuguesa, apresentada hoje pelo autor e realizador, Joaquim Furtado, tem início na próxima quarta-feira. "A primeira série foi um trabalho reconhecido como pioneiro e distinguido como momento alto da programação da RTP1. Estou optimista quanto ao sucesso destas séries", disse Joaquim Furtado. Compõem a última parte de "A Guerra" seis episódios, numa primeira fase, e mais oito, na parte final do ano, relativos ao que acontecia na Guiné, em Moçambique e em Angola entre 1969 e 1973. "Acompanha-se o declínio do período de Marcello Caetano e a degradação militar das Forças Armadas Portuguesas", adiantou Joaquim Furtado. "Acontecimentos na guerra da Guiné e a importância da aviação, nomeadamente do helicóptero. O uso do napalm pelos portugueses, os ataques a quartéis, por parte do PAIGC [Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde]. O general Spínola, governador e comandante chefe, que desencadeia a Operação Mar Verde (em Novembro de 1970), para decapitar o PAIGC e retirar-lhe o apoio da Guiné-Conacri, são passados à imagem", frisou o realizador. Em Moçambique, "A Guerra" acompanha o percurso de Baltazar Rebelo de Sousa, governador geral do território, que promoveu uma política de integração na área cultural e uma aproximação à comunidade muçulmana. Durante anos, a Marinha do vizinho Malaui foi comandada por oficiais da Armada Portuguesa que controlavam as águas do lago Niassa. O general Kaúlza de Arriaga, comandante chefe, desencadeou a operação Nó Górdio (em Junho de 1970), a maior de toda a guerra. A guerra vai centrar-se então no distrito de Tete, onde grande parte das forças portuguesas ficam afectas ao dispositivo de defesa da obra de Cabora Bassa, de acordo com o autor. "Em Angola, o MPLA em 1973 revolta-se para destituir Agostinho Neto, na chamada Revolta de Leste, liderada por Daniel Chipenda. No plano português, Marcello Caetano perde terreno internamente, comprometendo a sua posição no plano externo. Marcello sela esse desequilíbrio ao propor a renovação da reeleição de Américo Tomás, o que precipita a revolução do 25 de Abril", acrescentou o jornalista da RTP. Este conjunto de programas tem como objectivo principal "contar acontecimentos que ainda hoje têm repercussões na vida dos portugueses e que não estavam suficientemente bem contados, episódios da história da guerra que não eram conhecidos de uma forma proporcional à importância que a guerra teve". "Espero que seja um contributo para que se fale da guerra de uma forma mais desdramatizante", finalizou Joaquim Furtado.
Fonte: Público

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