sábado, 24 de abril de 2010

"Cidade Despida" estreou ontem na RTP1

O nome de Pedro Lopes está cada vez mais associado a séries televisivas. Afinal, tem assinado as tramas mais vanguardistas do panorama nacional. "Cidade Despida" é mais uma no currículo. Para a escrever recorreu ao arquivo da PJ, e inspirou-se em casos verídicos. Depois de "Liberdade 21" e "Pai à Força", a estação pública volta a investir em enredos semanais arrojados pela diferente linguagem audiovisual. Ontem, arrancou, cerca das 21 horas, "Cidade Despida" - protagonizada por Catarina Furtado - que tem como denominador comum com as tramas anteriores o guionista: Pedro Lopes. O director de conteúdos da SP Televisão, produtora responsável por todas estas intrigas, embora não consiga eleger a que lhe deu mais gozo criar, admite ter "sempre uma afinidade especial com última que escreve", além de há muito alimentar "o desejo de gizar um policial", género que lhe desperta "especial carinho". "Esta série constitui um grande desafio a nível de construção da história", adianta Pedro Lopes, referindo-se à densa arquitectura narrativa que a mesma encerra. "Todos os capítulos desvendam um crime. Mas há uma tensão crescente, em jeito de puzzle, que se prende com um psicopata que persegue a personagem de Catarina Furtado até ao fim". Participam ainda Pedro Laginha, Cristina Carvalhal, Albano Jerónimo. Recorrendo a uma certa "psicologia freudiana que já não se usa", o argumentista quis dissolver um mito. "A maioria dos crimes não são planeados. Acontecem a partir de uma decisão do momento", diz. Daí, a vontade de "esbater maniqueísmos". Não há na série a diabolização do criminoso. "Está cheia de cinzentos, em detrimento do branco e do preto". Pedro repescou a ideia das máscaras sociais que todos usamos, pois defende "poder haver um assassino dentro de qualquer um de nós". E para o efeito consultou o arquivo da Polícia Judiciária, inspirando-se em casos reais relatados em dossiês e recortes de jornais, gerando, pois, "proximidade com o público". Tendo bebido inspiração em séries "mais bafientas, como o caso de Colombo", para lá do intento, cujo título da série dá pistas, de deixar cair a face mais bela da cidade, mostrando o seu lado obscuro, Pedro assume o tributo a "Naked City", intriga dos anos 50.
Fonte: JN

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