segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fernando Mendes inspirou franceses

O "Preço Certo" da RTP é um êxito indestronável no horário em que vai para o ar. A que se deve o fenómeno? A Fernando Mendes. Concorrentes do Norte não lhe poupam elogios, e a versão francesa do formato recrutou mesmo um apresentador de perfil semelhante. Auto-apelida-se de gordo e prima pelo sentido de humor acessível a todos. Actor é a sua profissão e só se vê à frente de um programa com as características de "Preço Certo". Muitos se interrogarão qual a receita para o sucesso do concurso da RTP, criticado por alguns por não se encaixar no conceito de serviço público, há nove anos no ar, oito sob a condução de Fernando Mendes. E se o segredo é a alma do negócio - em Portugal há cada vez mais inscrições -, parece que o ingrediente chave de cá já foi detectado. Pelo menos em França, onde os requisitos para se encontrar o novo apresentador de "Le Just Prix", nome da versão, foram balizados em função das parecenças com Mendes. E eis que o eleito foi Vicent Lagaf. Mais magro, é um facto, mas igualmente humorista. "Fiquei babado quando soube, encarei como um grande elogio", comentou Fernando Mendes à margem de um dia de gravações, pautadas pela predominância de participantes nortenhos. "Acho que os jogos terão ficado um pouco para trás. Tentei moldar o programa à minha imagem", prosseguiu o comediante. Mas, afinal, como chegaram os franceses à conclusão de que o perfil de Mendes seria um bom barómetro para padronizar lá fora? "A Fremantle (responsável pela produção) está representada em vários países e existe um final producer que viaja para recolher a informação, fazendo-a chegar depois aos territórios que têm o formato no ar", explicou fonte da produtora. O fenómeno "Preco Certo" foi, inclusive, alvo de um documentário recentemente exibido pela estação pública. Quanto às opiniões fracturantes relativamente ao não enquadramento deste concurso num canal de serviço público, Fernando Mendes, sem se alongar muito em considerações, disse: "Se ajudar as pessoas, como velhotes que estão internados em lares, a esquecer os problemas não é serviço público, não sei o que será então". Mais se alongou a discorrer acerca do público do Norte. "É muito comunicativo. Lá em cima é-se mais espontâneo e autêntico".
Fonte: JN

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