quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sofia Escobar procura emprego na TV ou no palco

Depois do êxito da sua interpretação no musical "West Side Story", que lhe valeu prémios e nomeações importantes, Sofia Escobar está de novo no meio em busca de um novo papel nos palcos do West End londrino. Tem a beleza doce e serena das princesas dos contos de fadas, um sorriso encantador e uma chávena de café na mão, que não há-de terminar porque tem muitas coisas para contar: experiências, projectos, sonhos perdidos e sonhos realizados. Usa uns sapatos vermelhos como Dorothy do "Feiticeiro de Oz", mas, ao contrário desta, não sai do caminho definido, não procura o fim do arco-íris, porque, aos 25 anos, já percebeu que "é no caminhar que está a grande beleza das coisas". É Sofia Escobar, uma princesa moderna, cuja vida é "feita de muito trabalho, sacrifícios pessoais e familiares e sem cunhas", frisa, na entrevista que deu na sua passagem por Lisboa. A sua história não é um conto de fadas, mas quem sabe um dia dê um musical no West End londrino, como os que protagonizou. Depois de uma digressão com a peça "West Side Story", a actriz está em Portugal, para onde sonha voltar "um dia". Por agora quer apenas concretizar o projecto de trazer uma peça para integrar o programa da Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012 e realizar um recital de canto em registo intimista, "uma coisa especial". Sem a ajuda de fadas para lhe realizar os sonhos, partiu há cinco anos de casa para estudar em Londres, "porque lhe pareceu a melhor opção", e não se perdeu, muito pelo contrário, "quando cheguei à Guildhall [escola de música e teatro londrina], senti que estava no meu mundo". A disciplina férrea da escola britânica deu-lhe "uma aprendizagem de vida enorme, porque o trabalho artístico precisa dessa disciplina, desse rigor", diz. Entre o trabalho no restaurante e as aulas na escola, viu um anúncio no jornal para o papel de Christine, no musical "Fantasma da Ópera". Foi lá, inscreveu-se, fez "oito longos meses de provas", sendo que, na última, as coisas lhe correram "francamente mal". Apesar disso, foi a escolhida para substituir a actriz principal. E o que se sente nesse momento? Os olhos de Sofia ainda se emocionam quando lembra: "Sensação de triunfo por mim, pela minha família, por ter conseguido cumprir o que esperava de mim." Depois veio o papel principal como Maria em "West Side Story", com o qual recebeu o galardão de Melhor Actriz de Teatro Musical, atribuído pelo portal Whatsonstage, e foi nomeada, na mesma categoria, para os prémios Laurence Olivier. "Ainda me pergunto se isto é verdade e o que fazer com isto mas mãos", confessa. Com tudo isto, deixou curso a meio, que a Guildhall lhe ofereceu depois "por mérito artístico, por ter recebido um prémio e ter sido nomeada para outro". Agora, Sofia está de novo à procura de trabalho. Admite que, apesar do sucesso, ainda está restringida às personagens latinas, às mulheres boazinhas. Quando sonha, é com Blanche Dubois, de "Um Eléctrico Chamado Desejo", de Tennessee Williams. "A fama só por si não lhe interessa, porque procura coisas com mais verdade, coisas que me toquem", remata.
Fonte: DN

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