sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cinema português revive desvio do Santa Maria

1961 foi o annus horribilis de Salazar e do regime que ele dirigiu com mão de ferro durante quase quatro décadas. A 4 de Fevereiro, um grupo armado assaltou a cadeia de São Paulo e a Casa de Reclusão, em Luanda, dando início a uma guerra que só terminaria 13 anos depois, com o fim do regime. Em Abril, ocorre o golpe Botelho Moniz, quando o então ministro da Defesa e as chefias militares tentam convencer o Presidente Américo Tomás a demitir Salazar. Em Dezembro, tropas da União Indiana invadem Goa, Damão e Diu, os restos do Império português no Oriente. Na passagem de ano, fracassa o golpe de Beja. O sinal de partida para esse ano de todas as conspirações foi dado em 22 de Janeiro, quando um grupo de 24 guerrilheiros assaltou, no mar das Caraíbas, o paquete Santa Maria, o maior e melhor paquete da Companhia Nacional de Navegação. A bordo iam mais de 600 passageiros e 370 tripulantes. A "Operação Dulcineia", chefiada por Henrique Galvão, um ex-capitão do exército português, e Jorge Sottomayor, um galego antifranquista, terminou 13 dias depois, no porto brasileiro de Recife, onde Galvão e os seus companheiros obtiveram asilo político. Essa aventura chega ao cinema português quase 50 anos depois. Francisco Manso realizou, Carlos Paulo (Galvão), Alfonso Agra (Sottomayor), Vítor Norte, Leonor Seixas, António Pedro Cerdeira e Pedro Cunha são os principais intérpretes de "Assalto ao Santa Maria".
Fonte: DN

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