quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Miguel Guilherme com nova peça de teatro

O senhor Puntila é um proprietário rural finlandês cujos dias oscilam entre enormes pielas com aguardente e severos "ataques de sobriedade", dois extremos retratados por Miguel Guilherme na comédia de Brecht que se estreou no Teatro Aberto, em Lisboa. Intitulada "O Senhor Puntila e o Seu Criado Matti", a peça, escrita em 1940, durante o exílio do dramaturgo alemão Bertolt Brecht na Finlândia, e aqui apresentada numa versão de João Lourenço, director do Teatro Aberto, e Vera San Payo de Lemos, está construída como uma parábola. Puntila, um homem de meia-idade com uma filha casadoira que está noiva de um diplomata, gosta demasiado de beber aguardente e transfigura-se sempre que o faz... e que não o faz: "É quase bipolar", como diz Miguel Guilherme. Quando está com os copos, vê a vida de uma forma mais feliz, é fraternal, compassivo e, em geral, mais honesto e clarividente, afirmando que quando tem "ataques de sobriedade total" só vê "metade do mundo": em vez de dois garfos, só vê um, explica ao seu criado Matti (Sérgio Praia). Quando está sóbrio, é arrogante, desconfiado, egocêntrico, agressivo e injusto. Por causa desta espécie de dupla personalidade do protagonista, nesta parábola há de tudo: desde reflexões sobre o poder, a justiça e a igualdade entre os homens, até ao elogio dos prazeres da vida e da natureza. Com um elenco de 15 actores , a peça estará em cena na Sala Azul do Teatro Aberto até ao final deste ano, de quarta feira a sábado às 21h30 e ao domingo às 16 horas.
Fonte: JN

Sem comentários: