O DN teve acesso ao modelo de inquérito que a Endemol apresentou a cada candidato na fase de selecção dos concorrentes do talent show que se iniciou na RTP1. "Temos de contar tudo. São quase 50 perguntas sobre a nossa vida familiar, gostos musicais, características físicas e intelectuais, redes sociais e até doenças", revelou ao nosso jornal uma jovem de Lisboa que concorreu ao programa, mas acabou por não ser seleccionada. O DN verificou que a maioria das 46 perguntas feitas pela Endemol aos candidatos são iguais às que a produtora Fremantle fez aos milhares de portugueses que quiseram participar no "Ídolos" ou "Jogo Duplo", dois programas por si produzidos, um para a SIC, outro para a RTP1. Algumas são mesmo iguais, ipsis verbis: "Tem talento para compor músicas?", "Qual o seu maior medo?", "Qual a coisa de que mais se orgulha na vida?" ou "Porque é que você seria um dos escolhidos? Convença-nos!" são algumas das perguntas decalcadas dos modelos de inquérito da Fremantle. Contactado, Frederico Ferreira de Almeida, presidente da Fremantle e da Associação de Produtores Independentes de Televisão (APITV), justifica o episódio com a rotatividade do mercado de trabalho na área da televisão. "As produtoras trabalham muito com free lancers e o que acontece é que há muitos profissionais que trabalham agora na OT que trabalharam connosco noutros programas como o "Ídolos", revelou. O responsável acrescenta que "é normal que cada profissional quando muda de empresa procure mostrar trabalho. Por outro lado, a produtora espera sempre que ele traga know how". O presidente da APITV desvaloriza o episódio em si, mas alerta as produtoras para esta realidade: "Na maior parte dos casos, os responsáveis das produtoras não se apercebem destes procedimentos, mas eles existem e nós devemos estar atentos." Frederico Ferreira de Almeida garante que "este não é o um caso isolado". "Acontece com regularidade", conclui.
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