quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Quem passou pela "Operação Triunfo"

Sete anos passaram desde que a primeira "Operação Triunfo" (OT) chegou à RTP1. Sete anos e três edições que receberam aspirantes a cantores e viram nascer aspirantes a artistas. "A OT não é só uma escola de música mas também de expressão, de conseguir lidar com as câmaras", disse Vânia Fernandes. A jovem madeirense, uma das concorrentes que viram o seu talento reconhecido a nível nacional depois de ter vencido o concurso em 2007 - e de ter, no ano seguinte, representado Portugal no Eurofestival -, garantiu que "se não fosse a OT não teria a visibilidade" que tem hoje "como cantora e como pessoa". "O impacto que a OT teve na minha vida foi tremendo. A visibilidade geral que nos dão ajuda muito em termos profissionais. Claro que depois de o programa acabar é mais complicado. Eu quando entrei na OT já sabia muito bem que queria aprender, não queria fama", explicou Vânia. Também Rui Drummond, que na primeira edição ficou em sexto lugar, é dessa opinião. "Quando o programa termina, as pessoas pensam que temos logo de lançar um CD e não é bem assim. Isto da OT é só o começo, não é o fim. Não se pode pensar que se vai para um programa de televisão e depois já está, é só gravar", disse. Talvez por isso, "sorte" seja a palavra de ordem quando se fala em carreira após a participação na escola de música da RTP1. "A OT é um formato único e eu tive sorte com o convite para o festival. Aprendi coisas que não aprenderia noutro local. Os programas das outras estações não promovem tanto a parte musical como este, que visa ao desenvolvimento do cantor enquanto artista. Os outros apontam defeitos", atira. "De qualquer forma, é preciso ter noção de que a formação é para continuar depois de sairmos da OT." Ricardo Soler, segundo classificado na edição de 2007, concorda com a colega. "Foi a minha primeira formação musical e tive a sorte de as pessoas gostarem de me ouvir. Mas aproveitei a OT ao máximo e depois fiz-me à estrada. Hoje em dia não posso queixar-me, não me falta trabalho", adiantou. José Fragoso, director de Programas da RTP1, reconhece que "dar espaço e reconhecimento ao talento nacional numa área importante como a da música" é um dos objectivos da OT. "O programa tem uma componente de pedagogia. Olhamos para trás e vemos muito dos miúdos que chegaram aos nossos programas espalhados um pouco por todo o lado a fazerem o que gostam, que é cantar. Conseguiram-no por uma janela que a RTP lhes abriu e isso é um incentivo muito forte para fazer mais esta edição [que se estreia hoje à noite], sempre com a garantia de que esta marca não abandona as pessoas um dia depois de o concurso terminar." Além do incentivo referido por José Fragoso, a apresentadora Sílvia Alberto destaca a vertente pedagógica. "O lado académico da OT é a sua mais-valia. Estamos a falar de uma escola com professores que acompanham um grupo sistematicamente. Ser artista e ser cantor não passa exclusivamente por editar álbuns, passa também por, depois de uma experiência como esta, continuar a viver a música. Aliás, pedir mais num país como o nosso, e dada a conjuntura actual, já seria pedir muito", rematou a apresentadora.
Fonte: DN

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