quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"Meu Amor" abre portas à internacionalização

Na imprensa estrangeira é como "My Love" que se dá conta da vitória da telenovela portuguesa da TVI, na 38º edição dos Emmy Internacional, realizada na noite de segunda-feira, no Hilton New York Hotel, madrugada portuguesa de terça feira (dado o fuso horário). "Quando ouvi o nome da nossa novela fiquei três segundos em processamento lento. Pensei: Somos nós?", contou António Barreira, guionista da novela "Meu Amor", um dos elementos da comitiva portuguesa presente na gala, ainda na ressaca da recepção do prémio. Após a cerimónia, seguiu-se a festa, e com ela os agradecimentos e os elogios. Terá esta visibilidade aberto uma janela à internacionalização das novelas portuguesas? Para António Barreira, mais do que uma janela, ter-se-á "aberto uma porta. A novela portuguesa fez-se notar". Prefere, porém, não falar na sucessiva perda de relevância dos folhetins brasileiros ou das telenovelas da América Latina. "Gosto apenas de falar do nosso trabalho. Fizemos uma novela completa, com personagens normais que não são vilões nem heróis". A inspiração para o arranque da saga foi buscá-la ao sumiço do avião da Air France no Atlântico (2009). "Meu Amor", exibida na antena da TVI entre Outubro do ano passado e 23 de Outubro de 2010, levou a melhor sobre as produções das Filipinas e Argentina, "Dahil May Isang" e "Ciega a Citas", respectivamente, concorrentes na categoria de melhor telenovela. Na descrição da Associated Press, na "categoria telenovela, Portugal ganhou o seu primeiro Emmy Internacional com "My Love", cuja acção segue a vida de três mulheres depois do acidente com um avião". A António Barreira, que deu nas vistas com o trabalho desenvolvido na quarta série de "Morangos com Açúcar" e na novela "Fascínios", juntou-se, na foto de família deste momento histórico, Alexandra Lencastre, Margarida Marinho, Rita Pereira e Paulo Pires, actores do elenco. Além de Hugo de Sousa, director do projecto, de Bernardo Bairrão, administrador delegado da Media Capital, proprietária da TVI e da Produtora Plural e ainda o produtor José Retré. Margarida Marinho, por seu lado, fez questão em distribuir o mérito por toda a equipa. "Estamos muito orgulhosos com este reconhecimento que tivemos, nós portugueses, artistas, técnicos, foi um belo momento". Completou ainda: "Temos feito de tudo para dar o nosso melhor e acho que chegou a altura de batermos palmas aos fazedores de ficção nacional". Da parte da estação, o seu director geral enalteceu o "marco notável no percurso da ficção nacional portuguesa e, mais especificamente, um marco na história da TVI e da Plural". A notícia estoirou em Portugal através de um SMS de José Retré, por volta das 02h30 da manhã de terça feira. "Ganhámos", dizia, ao que acrescentou um "smile". O espectáculo tinha começado às 22 horas locais, em Nova Iorque. Do balanço da 38.º edição dos Emmy Internacionais, sobressai a boa fase por que está a passar a produção britânica. Bob Hoskins e Helena Bonham ganharam como melhores actores e cinco programas, dois deles da chancela BBC, elevaram-se entre os restantes. A série dramática "The Street", focalizada no dia a dia dos moradores de uma rua de Manchester, foi a mais comentada. Israel conseguiu ser notícia com "Traffic Light", ficção vencedora na categoria de comédia. O prémio honorário foi entregue por Rupert Murdoch a Simon Cowell, ex-jurado do "American Idol". Os galardões são entregues pela Academia Internacional de Televisão, Artes e Ciências, constituída por mais de 500 membros, de 50 países. E estiveram a concurso 39 produções, pertencentes a dez categorias.
Fonte: JN

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