sábado, 6 de novembro de 2010

"Operação Triunfo" começa hoje a sério

São 15 e a partir desta noite vão "para o palco". Falamos, pois, dos protagonistas da quarta edição de "Operação Triunfo" da RTP. Na sua maioria, não se tratam de novatos, transportando uma bagagem musical que, segundo Tozé Brito, "pode abrir outras perspectivas". "É um disparate pensar que basta ser-se um bom intérprete para singrar no mercado. Há muito boas vozes no nosso país, e nem por isso conseguem sedimentar uma carreira na área". Quem o diz é Tozé Brito, figura incontornável da indústria musical portuguesa e que vê com bons olhos o facto de os concorrentes desta OT terem um historial de formação. Tozé Brito não aponta grandes diferenças aos formatos do género. "Quer o "Ídolos", quer a "Operação Triunfo" têm o mesmo objectivo de encontrar novos talentos". No entanto lembra: "Cantam bem, ganham, mas não acontece nada, salvo raras excepções", recuperando os casos de Sara Tavares e de João Pedro Pais que sobressaíram em virtude da sua participação no "Chuva de Estrelas". Interrogado acerca de quais motivos com que se prende este fenómeno, o músico responde que não tem tanto a ver com falta de suporte à "posteriori" por parte dos formatos caça-talentos, antes com a "a falta de repertórios". E prossegue na justificação para a falta de óleo nesta máquina: "O negócio das canções em Portugal não está saudável há muito. Escasseiam cantigas originais de que as pessoas se recordem. Assistimos a karaoke no ecrã e ninguém vai comprar discos só porque uma boa voz interpreta uma música conhecida", frisando que nos últimos cinco anos houve uma quebra de vendas de álbuns na ordem dos 70%, que não é alheia à facilidade de downloads gratuitos na Internet. Os jovens "estão convencidos de que chega colocar um vídeo a cantar no YouTube, ou no Facebook para se tornarem vedetas, e tal é completamente ilusório". Os exemplos de Ana Free, ou Mia Rose, não passam, em seu entender, de gotas num oceano. "Tratam-se de excepções que apenas confirmam a regra", salienta. Portanto, Tozé Brito deposita nestes concorrentes, dotados de um know how e background mais sólidos, expectativas de "um hipotético futuro bem sucedido", atendendo ao facto de parte deles ser também instrumentista. "Têm, sem dúvida, melhores hipóteses para vingar", assinala. Agrada-lhe particularmente a estrutura de OT, se comparada à de "Ídolos", sobretudo, em função do acompanhamento que os concorrentes recebem na escola. "É muito mais vantajoso", diz. Por outro lado, ao constatar que a média de idades dos finalistas da OT é superior à dos do programa da SIC, o músico refere: "Joga a favor deles. Sendo mais velhos têm outro poder de encaixe para passar agora pelo crivo do júri e depois pelo do mercado".
Fonte: JN

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